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Prefeitura de São Paulo estuda áreas para aterros sanitários

Por Agencia Estado
Atualização:

A Secretaria de Serviços e Obras (SSO) estuda seis áreas na cidade que podem ser transformadas em aterros sanitários. Pelo menos um deles deve começar a ser construído a curto prazo. A criação de novos locais para destinação de resíduos é uma das principais justificativas da Prefeitura para cobrar a taxa do lixo, cujo carnê começou a chegar esta semana para os contribuintes. A localização das áreas não é divulgada pelo Município para evitar especulação imobiliária. Segundo o chefe de gabinete da SSO, Marco Antonio Fialho, a Prefeitura deve manter pelo menos dois aterros públicos funcionando nos próximos anos, como ocorre hoje. O aterro Bandeirantes e o São João têm vida útil estimada em três a quatro anos, mas, para Fialho, o segundo pode ser ampliado e ganhar mais tempo de uso. Com isso, pelo menos um novo aterro deverá ser construído quando o Bandeirantes for esgotado. A principal dificuldade da Prefeitura para criar novos aterros, além do custo, são as características geográficas da cidade. Embora a metrópole tenha 1.500 quilômetros quadrados de área, 900 são urbanizados. A maior parte dos 600 km² restantes está em áreas de proteção ambiental. Este é um dos argumentos da Associação Paulista de Empresas de Tratamento de Resíduos Urbanos (Apetres) para contestar os planos da Prefeitura. Segundo o presidente da entidade, Horácio Peralta, há uma rede de dez aterros privados na Grande São Paulo em condições de atender a capital por mais de 20 anos, tempo previsto para duração da concessão que será lançada em abril. "A Constituição Estadual diz que o problema do lixo não é exclusivo de cada município e deve ser resolvido no contexto da região metropolitana", diz Peralta. "A Prefeitura não precisaria investir um centavo em novos aterros. Bastaria fazer uma concorrência pública para aterros e outra para coleta." Fialho não descarta o uso de aterros particulares para destinar o lixo coletado pelo serviço municipal. Porém, alega que esses locais já participam do sistema. "Os grandes produtores de resíduos contratam empresas que usam aterros privados." Solucionar ou atenuar o problema dos aterros passa pela redução do lixo produzido. A meta é uma diminuição de 10%, em curto prazo. Em dez anos, o objetivo é deixar de produzir um terço dos resíduos. Atualmente, Bandeirantes e São João recebem ao ano 93% do lixo produzido na cidade, ou 3,6 milhões de toneladas. Para que os novos aterros sejam melhor aproveitados e tenham vida útil maior, o objetivo é reduzir essa porcentagem para 60%. Países como a França restringem o uso de aterros apenas para os materiais que não têm outro aproveitamento. Para isso, a única saída é investir em reciclagem, compostagem ou produção de energia, além de campanhas que ensinem a população a produzir menos lixo. A intenção é que as novas áreas, além de aterro sanitário, tenham tratamento do chorume (líquido que sai do lixo) e uma central de compostagem.

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