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Prefeitura de SP lança plano para mudar transporte coletivo

Por Agencia Estado
Atualização:

Mais do que anunciar uma revolução na organização do sistema de transporte coletivo, a Prefeitura de São Paulo lançou nesta quarta as condições que vão pautar a atual negociação com empresários de ônibus e futuros diálogos com cooperativas de microônibus. O plano de reorganizar a rede, com redução do número de linhas e aumento da oferta de lugares para os passageiros, é o mapa a ser buscado pelo Município. Resta saber se os demais atores dessa novela querem seguir o mesmo roteiro. Depois de apresentar as metas e objetivos do plano, o secretário municipal de Transportes, Frederico Bussinger, disse que a Prefeitura não tem cronograma definido para iniciar a reorganização das 1.305 linhas que circulam na capital. A pasta ainda precisa chegar a um acordo com os concessionários (empresas de ônibus), que hoje completaram a lista de reivindicações ao Município. Estimativas otimistas de técnicos da São Paulo Transporte (SPTrans) prevêem de 9 a 12 meses para as mudanças serem adotadas. "Não tem cronograma porque depende das conversações finais com os concessionários, permissionários e com a população", disse Bussinger. Nesta quinta à tarde ele voltará a tratar do assunto, na Câmara Municipal. Os vereadores convocaram Bussinger a dar explicações sobre o impasse entre Prefeitura e empresas. Para amenizar o clima, que não será dos mais amistosos, o secretário levará debaixo do braço o que considera solução para o sistema. O plano faz cálculos em que menos pode ser mais. Haverá redução de 1.305 para 813 linhas (37,7%) e leve variação de quilômetros percorridos por dia - de 3,28 milhões para 3,17 milhões. Mas a oferta de lugares - isto é, a quantidade de pessoas que podem ser transportadas - vai subir de 903 mil para mais de 1 milhão. A secretaria quer baixar de 8 para 6 o número máximo de passageiros por metro quadrado, assim como o tempo de espera pela condução e a distância entre a casa do passageiro e o primeiro ponto de ônibus. Com isso, espera-se não só população mais bem atendida, mas um sistema menos custoso. "Se eu tiver uma linha com 30 veículos, e não 3 linhas com 10 veículos cada, é melhor. A pessoa não vai precisar esperar o ônibus certo, qualquer um serve", disse Bussinger. Ele lembrou que, além de sobreposições de ônibus e microônibus, há casos de roteiros semelhantes entre veículos iguais, isto é, entre concessionários e entre permissionários. Para quem conhece o transporte público da capital, paira no ar uma sensação de déjà vu. De fato, a essência do plano apresentado hoje é o que estava previsto desde a concepção do bilhete único, na primeira metade da gestão Marta Suplicy (PT). Como brincou o próprio Bussinger, no início da semana, no transporte paulistano a história também dá voltas.

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