Prefeitura deve retomar prédio em novembro

Local foi cedido em comodato por 40 anos; prefeito e secretário deverão negociar mudanças na gestão do Masp

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Por Jotabê Medeiros
Atualização:

Cedido em comodato ao Masp por 40 anos, o prédio do museu deverá ser devolvido à Prefeitura de São Paulo em 12 de novembro do ano que vem. Nessa data, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) terá o poder de negociar com o Masp as condições em que o comodato poderá ser prorrogado ou retirado. O secretário municipal de Cultura Carlos Augusto Calil deverá ser o fiel da balança - ele poderá exigir mudanças na direção do museu. Anteontem, a Secretaria de Cultura enviou nota ao Estado informando que "ocorrências desse tipo (o furto de telas de Picasso e Portinari) revelam a fragilidade das instituições culturais na salvaguarda de seus acervos". Embora tenha acervo de notório caráter público, o Masp é uma associação civil de direito privado. O ideal, segundo especialistas, é que fosse transformado em uma fundação ou retomado pelo governo. O Masp foi criado pelo empresário Assis Chateaubriand na década de 1940. Inicialmente, funcionou em um prédio na Rua 7 de Abril, no centro, sede dos Diários Associados, onde as obras ficavam amontoadas. A arquiteta italiana Lina Bo Bardi, mulher do curador do museu, Pietro Maria Bardi, foi escolhida para desenhar a nova sede, a ser construída em terreno cedido pela administração pública e respeitando a idéia de manter a vista do vale. Bardi comprou muitas obras raras no período do pós-guerra, incluindo seis telas de Amedeo Modigliani. Uma obra de Botticelli foi doada no dia da inauguração do museu. A arquitetura aberta do prédio, com um vão livre de 74 metros quadrados, é uma das atrações. A construção foi da firma do engenheiro José Carlos Figueiredo Ferraz - que depois seria prefeito da cidade, nos anos 70 - e foi inaugurada em 7 de novembro de 1968 pela rainha Elizabeth II, da Inglaterra.

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