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Prefeitura exonera diretoria de pronto-socorro

Os funcionários fecharam as portas da unidade na madrugada de domingo

Por Agencia Estado
Atualização:

A Prefeitura de São Paulo exonerou, nesta segunda-feira, toda a diretoria e a chefia do plantão do Hospital Municipal Alexandre Zaio, localizada na Vila Nhocuné, região de Artur Alvim, na zona leste de São Paulo. Um princípio de tumulto causado pela falta de cirurgião e de clínico-geral fez com que, das 22h de sábado à 1h30 da madrugada de domingo, os funcionários decidissem fechar o pronto-socorro, colocando cadeados nos portões e cercando a portaria com o uso de guardas municipais. Segundo a chefia do plantão naquela madrugada, o medo era de que pacientes quebrasse as dependências do hospital. A exoneração da diretoria foi decidida após o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, visitar o hospital. Segundo a prefeitura, pacientes e usuários reclamavam do fechamento do pronto-socorro ocorrido no domingo e da falta de médicos. Segundo a Secretaria de Saúde, Kassab determinou a instauração de um inquérito administrativo para apurar as circunstâncias que determinaram o fechamento do Pronto-Socorro, pois o atendimento deve ser prestado 24 horas por dia. Nesta terça-feira, a secretária municipal de Saúde, Maria Aparecida Osni, visitará o hospital e iniciará uma auditoria permanente. Para melhorar o atendimento do Pronto Socorro, uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA) deve ser acoplada ao hospital em 40 dias. A Corregedoria Geral do município também investigará o caso. "Nada justifica o fechamento de um Pronto Socorro. Não é porque tem um feriado que a população vai ficar sem atendimento de saúde", afirmou Kassab." Na madrugada de domingo, o autônomo Sérgio Orani Filho foi um dos que não conseguiram atendimento por causa do fechamento do pronto-socorro. Sérgio saiu de casa às pressas após o filho, de 7 anos, que sofre de bronquite, ser atacado por uma crise forte de falta de ar. "Simplesmente está tudo apagado lá dentro, é o que eu pude ver, e os guardas municipais impedem qualquer paciente de entrar. Isso é um absurdo", foi o que disse o autônomo naquela madrugada à reportagem do Estado de S.Paulo. O mesmo cenário foi presenciado pela comerciante Fabiana Cristina Fernandes, que possui uma loja de doces quase em frente ao pronto-socorro, localizado na altura do nº 128 da Rua Alves Maldonado. "Os portões estavam fechados com cadeados. Lá dentro, tudo apagado. Eu vi alguns funcionários e estagiários sentados no banco", relatou Cristina. Outro pronto-socorro visitado nesta segunda-feira pelo prefeito Gilberto Kassab foi o do Tatuapé, também na zona leste. O objetivo do prefeito foi constar se a implantação da AMA facilitou e melhorou o atendimento no pronto-socorro. Segundo o prefeito, a situação melhorou bem, mas ainda pode melhorar mais.

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