Prefeitura não anuncia medidas de emergência para ônibus

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os empresários do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de São Paulo (Transurb) decidiram, após se reunirem com a prefeita Marta Suplicy (PT), não assinar o contrato de emergência de seis meses para os ônibus de São Paulo. A Prefeitura, que tinha ameaçado as empresas, dizendo que se eles não assinassem o contrato até a noite desta terça-feira ira substituí-los por outras viações e até encampar a frota, não decretou nenhuma medida contra as empresas. Tanto a prefeita como o secretário dos Transportes, Carlos Zarattini, não quiseram comentar o fato na noite desta terça. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal dos Transportes, quatro empresas assinaram o contrato com a Prefeitura. Essas empresas seriam do consórcio 1, que atende a zona noroeste, e 8, na zona oeste. A informação não foi confirmada pelo Transurb, e a assessoria não forneceu os nomes da possíveis empresas que teriam rachado com o restante dos empresários. De acordo com o presidente do Transurb, Sérgio Pavani, os empresários não têm como cumprir as medidas previstas nesse novo documento. "Nós não estamos discutindo um novo contrato, estamos deixando de participar de uma concorrência pública porque não temos condições de cumprir as obrigações", disse Pavani. "Se não teve uma solução até agora, vai ser difícil ter alguma até meia-noite." No encontro com a prefeita e o secretário, Pavani alegou que as empresas precisavam de um aumento de receita e de passageiros transportados para poderem cumprir o novo contrato. Os empresários querem que a Prefeitura faça com que as seis mil lotações regulamentadas da cidade cumpram seus itinerários corretamente. Com isso, dizem que a sua receita poderia aumentar em R$ 8 milhões por mês e o número de passageiros subiria cerca de 20%. Eles alegam que o sistema custa por mês R$ 140 milhões, mas que arrecadam apenas R$ 112 milhões. Além disso, eles querem que o Poder Público libere R$ 26,8 milhões em multas que estão retidas na São Paulo Transporte (SPtrans) e que deixe de autuar os ônibus sem catraca eletrônica. A proposta não foi aceita pela prefeita. Pavani disse que os empresário não têm medo do encampamento. "Estamos sem contrato, mas prestando o serviço. Não há nada ilegal", disse. Reservadamente, os membros do Transurb acham que a Prefeitura não iria conseguir encampar todo o sistema, pois não agüentaria pagar a folha de pagamento do próximo dia 5, que é de R$ 48 milhões. Pavani disse nesta terça que não sabia se algumas empresas tinham assinado o contrato. "Podem ter assinado. Essas quatro empresas devem arcar agora com prejuízo mensal que terão por seis meses", disse.

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