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Prefeitura só recicla 1% do lixo que a cidade produz

Por Lais Cattassini
Atualização:

Apenas 1% do lixo produzido na cidade de São Paulo é reciclado pela Prefeitura. O Município produz, mensalmente, 300 mil toneladas de lixo, mas apenas 3.050 toneladas são recolhidas pelo programa de coleta seletiva da Secretaria de Limpeza Urbana, a Limpurb. Entenda como funciona um aterro sanitário Enquete: você recicla o lixo produzido na sua casa? São os catadores de lixo os maiores responsáveis pelo volume de material coletado. Os 35 mil carroceiros que trabalham em São Paulo, seja em cooperativas especializadas ou de maneira autônoma, coletam pelo menos 15 vezes mais do que o programa da Prefeitura. Cerca de 30% do lixo paulistano poderia ser reciclado. A falta de informação, entretanto, faz com que mais de 20% desse material seja destinado indevidamente a aterros. "Poderíamos reciclar muito mais, mas a população ainda não aderiu ao programa", diz o diretor da BR+10 Ambiental, empresa de gestão de programas de coleta seletiva ligada à Prefeitura. Vinte e cinco das 31 subprefeituras de São Paulo são atendidas pelo programa de coleta seletiva. Duas concessionárias, a Ecourbis e a Loga, se dividem com 15 cooperativas de catadores para recolher o lixo seco colocado nas ruas. Segundo a Limpurb, foi feita ampla divulgação de dias e horários de coleta seletiva e da importância da separação do lixo, mas a semelhança entre caminhões confunde a população. A secretaria de Limpeza Urbana explica que os caminhões usados pelas concessionárias são muito semelhantes aos usados pela Prefeitura para a coleta normal. A confusão faz com que a população procure catadores ou organizações especializadas. A arquiteta Maria Eugênia Navarro Ferreira, de 40 anos, recorreu ao movimento Recicla Morumbi para fazer o trabalho de coleta. "Não existe coleta seletiva da Prefeitura na minha rua. Nunca vi o caminhão do Município", diz. "As pessoas procuram os catadores para fazer a coleta. Como temos uma ação organizada, eles nos entregam os materiais", conta a catadora Olinda Pedro da Silva, de 63 anos. A venda de materiais pode render até R$ 1.500 por mês ao catador capaz de coletar grandes volumes de embalagens recicláveis. A diferença significativa dos hábitos de consumo entre regiões nobres e periferia é refletida nos índices de coleta da Prefeitura. A Subprefeitura da Vila Mariana, na zona sul da cidade, coleta 391 toneladas de lixo reciclável por mês, ante apenas 4,5 toneladas da Subprefeitura de Perus.

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