PUBLICIDADE

Presa mulher que forjou o próprio seqüestro

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia prendeu na manhã desta sexta Cleusa Tongleti de Souza, de 40 anos, que forjou o próprio seqüestro na semana passada para extorquir o marido, o delegado Antenor de Castro, lotado na Corregedoria de Polícia Civil. Ela ainda o enganou fingindo estar grávida de gêmeos, proeza que nem a polícia soube explicar. "Ela era gorda. Brigava com o marido, ficava fora de casa por até três meses", disse o delegado Marcos Reimão, titular da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), responsável pelo caso. Cleusa, que, segundo Reimão, se apresentava como juíza arbitral, mas não provou ter curso superior, já tinha três mandados de prisão por estelionato. Ela será autuada por esse crime e por falsidade ideológica, já que teria usado pelo menos seis nomes falsos. O delegado não deu detalhes de como chegou à criminosa. A mulher desapareceu no dia 26 de novembro, quando saía de carro de casa, em Seropédica (Grande Rio). A versão divulgada pela polícia na ocasião foi de que a suposta gestante, que iria encontrar Castro para fazer a cesariana numa maternidade, fora levada por três homens. Segundo a polícia, durante esse período, Castro disse ter recebido telefonemas em que os supostos seqüestradores pediam resgate de R$ 5 mil. "Esse seria o valor da possível cesariana, mas ela nunca esteve grávida. A intenção da Cleusa era tirar dinheiro do delegado", afirmou Reimão. Para ele, Castro foi iludido. "Ela é uma profissional competente na área criminal. Enganou o delegado que é uma pessoa pura e ingênua". Apesar disso, o delegado informou que investigará se Castro tem envolvimento no caso. Durante o tempo em que ficou desaparecida, Cleusa gastou R$ 45 mil, usando cartões de crédito. A maior parte do dinheiro teria sido gasta em jóias. "Ela fez um seguro de vida sem o marido saber (o valor estimado foi entre R$ 200 e R$ 300 mil) e os dois estavam casados em comunhão total de bens", disse Reimão. Castro e Cleusa se conheceram pela internet em novembro do ano passado e casaram-se em fevereiro. A criminosa foi presa na rodoviária de São Pedro D´ Aldeia, na Região dos Lagos, quando falava ao telefone. A polícia não informou se ela pretendia viajar. Cleusa teria aplicado golpes em São Paulo, Bahia e Minas Gerais, onde foram expedidos os mandados de prisão, e até na Europa. "Nem sei se esse é o nome verdadeiro dela. Vamos colher as impressões digitais", disse o delegado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.