01 de agosto de 2010 | 00h00
Dilma Rousseff (PT) fala em priorizar a agricultura familiar. A petista promete também levar adiante a reforma agrária. Com enfoque na política ambiental, Marina Silva (PV) quer investir em tecnologia, a fim de evitar a expansão da fronteira agrícola.
Além de garantir os mecanismos de sustentação de preços, Serra fala em controlar a valorização do Real - uma das principais queixas da agropecuária. "A agricultura não é como a indústria, que pode contrair sua produção para segurar preços. Depende de clima, de concorrência", afirmou Serra, em sabatina na Confederação Nacional da Indústria (CNA). Procurada pelo Estado, a assessoria do tucano não escalou ninguém que pudesse detalhar suas propostas.
O agronegócio é visto como um dos setores com mais resistência ao governo Lula. A CNA, por exemplo, é presidida pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Dilma, por sua vez, recebeu o apoio do Movimento dos Sem-Terra (MST) e da Confederação de Trabalhadores na Agricultura (Contag). Sem oferecer metas ou prazos, a petista diz que sua prioridade será o Programa Nacional de Agricultura Familiar. "O Pronaf é responsável, hoje, por 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. É um programa que continuará recebendo reforços", informou a assessoria da candidata ao Estado. Dilma fala em "apoiar" o agronegócio e em uma "política agressiva" de exportação, mas não menciona planos específicos.
Após ter chefiado o Ministério do Meio Ambiente, Marina não faz esforços para agradar aos grandes produtores agrícolas. "Fazer propostas que agradem de forma momentânea é desonesto com o próprio setor. Não podemos permitir o crescimento baseado no desmatamento", afirma Tasso de Azevedo, um dos coordenadores do programa de governo verde. Entre as propostas de Marina estão o fortalecimento de institutos de pesquisa, como a Embrapa, e o aumento da produtividade na criação de gado. "A agricultura brasileira tem provavelmente o melhor desenvolvimento do mundo. Se for em bases sustentáveis, terá ainda mais", reitera Azevedo.
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