Presidenciáveis falam sobre escândalo do dossiê em horário eleitoral

Alckmin explorou o tema e seus personagens; Lula mal citou a questão do dossiê e argumentou que "não precisa agredir os adversários"

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Por Agencia Estado
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Os principais candidatos à Presidência da República citaram o caso da venda de um suposto dossiê no horário eleitoral gratuito na televisão. Alckmin exibiu novamente o programa veiculado na noite de terça-feira (19), no qual ele qualificou o episódio como "absurdo" e pediu um "basta aos escândalos". O candidato tucano citou Gedimar Passos e Freud Godoy, envolvidos no caso, mas, como o programa era uma repetição da apresentação de terça-feira, não foram mencionados os envolvimentos dos coordenadores das campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva, Ricardo Berzoini, e de Aloizio Mercadante, Hamilton Lacerda. O tucano ressaltou as suas realizações na área da segurança quando foi governador do Estado, e acusou Lula de ter sido omisso e não ter assumido sua tarefa para combater a violência. "O atual presidente simplesmente não fez a parte dele", atacou. Alckmin destacou a questão de policiamento de fronteiras, e apresentou parte do programa em postos de policiamento abandonados na fronteira com o Paraguai, mostrando a falta de controle e fiscalização. O candidato do PSDB ainda bateu forte na questão dos presídios, e disse ter colaborado com Lula quando abrigou o traficante carioca Fernandinho Beira-Mar em presídios paulistas. Ele criticou Lula de ter cortado verba para a segurança do Orçamento da União, e afirmou que "não interessa se somos adversários na política. Para mim, o inimigo é o crime". Já Lula mal citou em seu programa a questão do dossiê, dizendo apenas no início de seu programa que "não precisa agredir os adversários". O petista apresentou as realizações de seu governo e as promessas para um eventual segundo mandato baseadas nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada na sexta-feira passada. O presidente da República e candidato à reeleição ressaltou as realizações na economia, e prometeu gerar mais empregos em um segundo mandato, aprofundar o ritmo de redução da taxa de juros, reduzir impostos, expandir o crédito e estimular as micro e pequenas empresas. Lula apresentou propostas também para melhorar a educação, sua "prioridade máxima", como o Fundeb e a programas como o Pro Uni, e a construção de escolas técnicas. Ele citou ainda obras de infra-estrutura, como o pólo petroquímico e usina siderúrgica do Rio de Janeiro, a refinaria de Pernambuco, a siderúrgica do Ceará, além de hidrelétricas. A candidata do PSOL, Heloísa Helena, também citou o caso do dossiê e criticou o PSDB e o PT. "O que era ruim, ficou pior", disse Heloísa. De acordo com o programa da candidata, o PT esteve envolvido na montagem do dossiê falso, e foi no governo Fernando Henrique Cardoso que a máfia das ambulâncias começou a atuar. Cristovam Buarque, candidato do PDT, disse por sua vez, que o País está "enojado" com os escândalos. Buarque afirmou que o Brasil não concretizou a Lei Áurea, que libertou os escravos em 1888, e pediu votos para realizar "a revolução pela educação".

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