Presidente da Anac nega existência de buraco negro no País

Regra principal para se evitar acidentes é cumprir o plano de vôo, diz Zuanazzi

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, negou nesta segunda a existência de um buraco negro no espaço aéreo brasileiro. "Voamos anos a fio com muito menos radares que temos hoje. Portanto, não há motivo para se discutir buraco negro que, a princípio, não existe", disse Zuanazzi, insistindo que a 30 mil pés os radares "pegam tudo". E indagou: "mesmo que existisse (buraco negro) isso, por acaso, significa que a vida inteira viajamos em insegurança? Será que tínhamos quase um país inteiro em buraco negro?" Na opinião de Zuanazzi, há exageros nas queixas porque o principal para se voar são as freqüências de rádio, nas quais admite que podem até existir problemas, mas não são tão grandes. As afirmações do presidente da Anac ao Estado foram dadas depois de ele participar, do fórum sobre excelência nos aeroportos da América do Sul, patrocinado pela Infraero. Mas, na opinião de Zuanazzi, a regra principal a ser seguida para se evitar acidentes aéreos é cumprir o plano de vôo. "Piloto tem segue plano de vôo. Depois que a gente ganha máquina de calcular, a gente não quer mais fazer conta a lápis. Mas todo mundo tem de saber fazer conta matemática, se for necessário. Portanto, a aviação é segura. É só seguir as normas internacionais", declarou ele, insistindo que, apesar da evolução tecnologica, as regras básicas não podem deixar de serem seguidas. Questionado se estava sugerindo se os pilotos do Legacy - que colidio com um Boeing da Gol em 29 de setembro, matando 154 pessoas - por estarem descumprindo o plano de vôo seriam os responsáveis pela tragédia, ele disse que não pode acusar ninguém porque o acidente ainda está sendo investigado. Atrasos O presidente da Anac assegurou que os atrasos têm se reduzido dia a dia e que nesta segunda 11% do total de vôos sofreram atrasos. "Eu espero um fim de ano, como estamos tendo agora, sem maiores problemas", disse Zuanazzi. Segundo ele, muitos dos atrasos têm ocorrido por problemas das próprias companhias aéreas, que nada tem a ver com o fluxo do tráfego aéreo. Para mostrar que a situação nos aeroportos está sendo regularizada, ele ressaltou que "os problemas estão cada vez menores" e lembrou que quando a Anac começou a divulgar os boletins de atrasos, eles estavam em torno de 18% e foram caindo para 15%, 12% e agora chagaram a 11%, com 1,7% de cancelamentos. Segundo ele, as medidas tomadas pelo controle de tráfego aéreo, como a fluidez dos vôos, discutidos no gabinete de crise onde estão concentrados profissionais das diferentes áreas do governo e das empresas que fazem "a checagem dos planos de vôo, cruzando com a malha do controle aéreo. "Isso diminuiu muito a angústia dos controladores", comentou ele, explicando que este setor "limpa a área dos controladores" mantendo no chão as aeronaves que poderiam sofrer restrições na hora de pousos. Zuanazzi rejeita as freqüentes matérias que têm sido publicadas falando sobre os problemas do tráfego aéreo no País. "Não faço parte desta política do terror", declarou. "Continuo a dizer que o Brasil tem os menores índices de acidentes do mundo. Tivemos um acidente inusitado. Em um espaço controlado por radar mas somente as investigações vão dizer exatamente o que houve", prosseguiu ele ressaltando que as pessoas "viajam sobre continente africano, onde não tem nem radar, horas a fio, sem nenhum problema".

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