Presidente da CPI cobra prisão de advogados do PCC

"Não temos dúvida do envolvimento dos dois com o crime organizado", afirmou Moroni Torgan, ao final da sessão desta quinta-feira, 25, da CPI

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da CPI do Tráfico de Armas, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), cobrou da Justiça Federal a prisão preventiva dos advogados Sérgio Wesley da Cunha e Maria Cristina Rachado, acusados de transmitir à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) declarações sigilosas feitas ante à CPI pelo diretor-geral do Deic de São Paulo, Godofredo Bittencourt. Já na semana passada, a CPI pediu à Justiça Federal a decretação da prisão preventiva dos dois advogados, mas ainda não houve resposta. "Não temos dúvida do envolvimento dos dois com o crime organizado", afirmou Moroni Torgan, ao final da sessão desta quinta-feira, 25, da CPI, que durou quatro horas e meia. Na segunda parte dessa sessão, os dois advogados foram submetidos a uma acareação com o ex-funcionário terceirizado da Câmara dos Deputados Arthur Vinicius Pilastre Silva, que confessou ter recebido R$ 200,00 em troca de um CD contendo o depoimento secreto em que Godofredo Bittencourt antecipava à CPI a informação de que chefões do PCC seriam transferidos para presídios de segurança máxima no interior de São Paulo. Segundo autoridades policiais, essa informação foi decisiva para a decisão do chefe do PCC, Marcos Camacho, o Marcola, ordenar o início da série de atentados que aterrorizou São Paulo e causou dezenas de mortes. Durante a maior parte da acareação, os dois advogados passaram a maior parte do tempo se negando a responder a perguntas, recorrendo ao direito de só falar na Justiça. Disseram, claramente, que as respostas poderiam incriminá-los. Deputados da comissão declararam que o depoimento de Arthur Vincius foi o único que se manteve coerente, enquanto os dois advogados caíram, segundo os parlamentares, em inúmeras contradições e e fizeram afirmações inconsistentes.

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