Presidente da OAB critica governo na solução da crise aérea

Decisão de demitir líder dos controladores de vôo é criticada por Cezar Britto

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A forma como o governo tenta resolver a crise no setor aéreo foi criticada nesta quinta-feira, 21, pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto. Em entrevista na Câmara, Brito criticou a determinação, por meio da Aeronáutica, a prisão administrativa do sargento Carlos Henrique Trífilio Moreira da Silva, um dos líderes dos controladores de vôo. "É mais um elemento a atrapalhar a solução da crise aérea", afirmou Cezar Britto, segundo relato de sua assessoria. "Está-se evitando a negociação; está-se proibindo que as pessoas, por meio do consenso, resolvam esse problema que é muito grave para o Brasil; está-se querendo discutir a partir da imposição", disse Britto, que defende o diálogo como solução. O presidente da OAB observou, no entanto, que a discussão já começou errada, com a escolha do Comando da Aeronáutica como representante do governo para negociar com os controladores. "Não se tem o costume no Exército e na Aeronáutica - até por força de determinação regulamentar - negociar com quem não é oficial", observou Britto, lembrando que os controladores de vôo, na maioria militares, são sargentos. Demissão Na quarta-feira, 20, os controladores de vôo de Brasília fizeram operação padrão. Das 17h10 às 19h30, houve paralisação parcial do sistema aéreo do País, que já registrava atrasos em uma de cada quatro partidas, pelo efeito cascata da pane de terça-feira. Em meio à crise, a Aeronáutica determinou a prisão administrativa do sargento Carlos Trifilio, presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Febracta), e agravou o clima de tensão entre controladores e o alto comando da Força Aérea Brasileira. A reação à prisão, segundo a categoria, deve ser uma nova paralisação geral, como a de 30 de março. A FAB informou que os problemas no Cindacta 1 deviam-se "à recusa de controladores de trabalhar nos equipamento e de falha no link de comunicação provido pela Embratel". Oito dos nove consoles do Cindacta-1 precisaram passar por reparos na tarde de quarta. "Os controladores adotam uma operação padrão, diminuindo pela metade os vôos controlados", disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), da CPI do Apagão Aéreo da Câmara. Mais cedo, na CPI do Apagão Aéreo do Senado, o diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), brigadeiro Ramon Borges Cardoso, afirmou que a Aeronáutica trocou os monitores. O desgaste dos equipamentos é o principal motivo apontado pelos sargentos para reduzir o tráfego aéreo, dificultando as operações. Na quarta, apenas um dos consoles foi trocado no Cindacta-1.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.