01 de fevereiro de 2011 | 00h00
Segundo Estela de Carlotto, líder das avós, durante a reunião na Casa Rosada as representantes das organizações explicaram a Dilma as formas que encontraram na Argentina para "resolver os assuntos da verdade e da Justiça". Estela avaliou que no Brasil "ainda não foram investigadas as responsabilidades nos assassinatos e desaparecimentos durante a ditadura".
No entanto, em conversa com jornalistas, Estela destacou que sabia que no Brasil o processo de investigações de crimes da ditadura tiveram outras características, já que "cada país tem uma forma diferente de fazer essas coisas". "Não há uma fórmula ou receita única para isso", disse.
Antes de retornar ao Brasil, no aeroporto metropolitano Jorge Newbery, Dilma disse aos correspondentes brasileiros que as avós e mães da Praça de Maio "não pediram a abertura de arquivos (do Brasil) para elas (alusão às investigações que as avós e mães realizam sobre crimes cometidos na ditadura no Cone Sul pelo Plano Condor)". "As avós e mães expressaram uma manifestação de imenso carinho por mim, identificando o que elas perderam ao longo dos anos", disse a presidente.
Minutos antes de embarcar, Dilma recebeu uma carta escrita por Lilian Ruggia, irmã do estudante argentino Enrique Ernesto Ruggia, que desapareceu no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, em 1974. Na carta, Lilian pede a abertura dos arquivos da ditadura militar brasileira e a revisão da Lei de Anistia. Dilma não leu a carta no momento da entrega.
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