Presidente eleita desiste de participar da cúpula da Unasul

Dilma acompanharia Lula na Guiana, mas sua assessoria diz que ela está concentrada na formação do governo

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Por GEORGETOWN
Atualização:

A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, decidiu não participar do jantar de abertura da reunião de cúpula da União de Nações Sul-Americanas na noite de ontem. A expectativa de sua vinda fora alimentada pela informação de sua assessoria de imprensa, na última quarta-feira. Dilma acompanharia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O momento era visto pela diplomacia brasileira como altamente adequado para sua apresentação, sem preferências, aos líderes da região. Porém, a assessoria de Dilma voltou a descartar sua presença no encontro em Georgetown na noite da mesma quarta-feira, sob o argumento de que a presidente eleita estaria concentrada na formação do núcleo duro de seu governo. Ontem, várias delegações foram tomadas de surpresa. Diplomatas argentinos e uruguaios tentaram minimizar o impacto dessa ausência alegando que não faltará oportunidades para encontros formais depois de 1.º de janeiro. Cauteloso, o chanceler boliviano David Choquehuanca afirmou ao Estado que teria sido benéfica a presença de Dilma, mas que os presidentes têm suas agendas internas a cumprir e, às vezes, não a podem postergar. O presidente da Bolívia, Evo Morales, não estará na reunião hoje porque teve o joelho operado e está em repouso. Dilma Rousseff, em princípio, não deverá expor-se a viagens internacionais neste período que antecede sua posse. A exceção prevista é a reunião de cúpula do Mercosul, em Foz de Iguaçu, em 17 de dezembro. Várias delegações apontaram ontem sua intenção de vê-la na Cúpula Ibero-Americana, na semana que vem em Mar Del Plata (Argentina). Mas nem mesmo o presidente Lula deverá comparecer a esse encontro. A assessoria de imprensa já anunciou que ela tampouco visitará o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Washington. Obama a havia convidado no dia seguinte à sua eleição, quando telefonou para cumprimentá-la. A diplomacia americana reiterou sua intenção de promover o encontro em outras ocasiões.Segundo Choquehuanca, essa reação de Dilma foi "audaz". "Nossos líderes têm de ser audazes. A falta de audácia de Obama provocou sua derrota na eleição (para o Congresso, em 2 de novembro) e o deixou debilitado", afirmou o chanceler.

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