Presídios paulistas fazem barricadas para impedir ataques

Penitenciárias tiveram suas portarias de entradas fechadas por caminhões e até trator

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Por Agencia Estado
Atualização:

Presídios do interior de São Paulo voltaram ser protegidos por barricadas para impedir ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). A exemplo do que ocorreu durante os ataques de maio, as penitenciárias tiveram suas portarias de entradas fechadas por caminhões e até trator. Do lado de dentro, carros da Polícia Militar ficam em alerta e passam o dia fazendo rondas internas. Em Presidente Venceslau, as Penitenciárias 1 e 2 tiveram suas entradas fechadas por caminhões e um trator. Durante o dia, dois ou três caminhões ficam estacionados nas portas dos dois presídios. À noite, a barricada ganha reforço de um trator com grade de arar terra e caminhões que são usados para transportar comida durante o dia, mas ficam parados à noite. O trator, juntamente com um caminhão, fica na frente da P-1, onde estão 480 detentos que cumprem castigo de 30 dias e não têm direito a visitas. Na P-2, onde estão detidos 530 líderes de rebeliões e do PCC, dois caminhões tapam parcialmente a entrada do presídio durante à noite. O objetivo é impedir invasões de resgate e fechar o campo de visão dos agentes para quem está fora, em caso de tiroteio. As barricadas voltaram depois que a Polícia Civil e o serviço de inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) interceptaram conversas telefônicas entre membro dos PCC ordenando os ataques a cinco agentes penitenciários de Venceslau e Presidente Bernardes. No sábado, a Polícia Civil confirmou que as ameaças eram verdadeiras ao prender, numa chácara da cidade de Panorama, 9 pessoas que estavam indo a Venceslau e Bernardes para matar os agentes. Com elas, foi apreendido um arsenal com dois fuzis, uma metralhadora, três granadas, farta munição, além de coletes a prova de balas. Segundo a polícia, o bando estava sendo vigiado havia cinco dias. "Matar agentes de Venceslau e Bernardes é uma questão de honra desta facção. Por isso precisamos das barricadas e todos os agentes que trabalham nas portarias dos presídios foram obrigados a usar coletes a prova de balas", disse um dos encarregados do pessoal. Segundo ele, os caminhões tipo baú serão trocados por outros modelos mais antigos, de carroceria. "Esses veículos baús são novos, servem para transportar comida e não queremos dar prejuízo ao patrimônio do Estado em caso de confronto", diz. Em Bernardes, a segurança está sendo feita por carros da Polícia Militar que passam dia e noite fazendo rondas no interior e no lado de fora das duas penitenciárias.

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