11 de junho de 2013 | 16h13
GOIÂNIA - Um homem frio, eloquente, formado em Pedagogia, muito educado e inteligente o bastante para ser aprovado em pelo menos três concursos públicos (dois para professor e um para guarda municipal). Este é o perfil que a Polícia Civil de Goiás traçou para o professor do ensino fundamental Ivo Barros Júnior, de 44 anos, preso sob suspeita de ter abusado das 18 alunas de uma das turmas da Escola José Luís Bittencourt, na cidade de Goianira, na Região Metropolitana de Goiânia. Júnior, que mantém o cargo de subinspetor da Guarda Municipal de Goiânia, mesmo respondendo a quatro sindicâncias, é reincidente em abusar de alunas, segundo a polícia.
Júnior foi preso no sábado, 8, em Goianira, após denúncia da mãe de uma das alunas, que relatou as carícias íntimas e beijos no "canto da boca" que o professor dava nela e nas demais coleguinhas, todas com idade entre 8 e 11 anos. Segundo a polícia, ele aproveitava momentos de intervalo, sempre afastado dos meninos da turma, que tem 35 alunos, para os atos libidinosos, que incluíam também fazer as garotas sentarem no colo dele para utilizarem um computador.
"A frieza e calma quando dei voz de prisão me pegaram de surpresa", declarou o delegado de Goianira, Vinícius Teles da Silva Costa. A prisão temporária vai até o dia 7 de julho, mas ele antecipa que vai solicitar antes a prisão preventiva e que vai acelerar o inquérito para que a conclusão ocorra até no máximo dia 27 de junho. O suspeito deverá responder pelo crime de estupro de vulnerável contra cada uma das vítimas.
Defesa. O professor nega as acusações. Uma das advogadas do escritório que ele contatou informou nesta terça-feira, 11, que o contrato ainda não foi formalizado e que só poderia falar sobre o provável cliente após isso acontecer.
Júnior já tinha sido exonerado da prefeitura de Aparecida de Goiânia, onde também foi denunciado por abusar sexualmente de uma aluna de uma escola do Setor Caraíbas. Assim que o caso das estudantes de Goianira foi denunciado, o professor foi advertido, suspenso e exonerado do cargo também pela prefeitura dessa cidade. Ele teria cometido os abusos entre fevereiro e maio.
Já em Goiânia, Júnior passará a responder pela quinta sindicância na Corregedoria da Guarda Municipal: quatro são por assédio moral contra colegas subordinados e agora ele responderá por ter acumulado dois cargos públicos, o que é proibido, segundo a corregedoria do órgão.
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