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Preso líder do PCC acusado de chacina em São Paulo

Um dos mais ativos e violentos chefes do crime organizado no Estado de São Paulo, Marcelo Vieira, o Capetinha, era uma espécie de gerente do PCC

Por Agencia Estado
Atualização:

Um dos mais ativos e violentos chefes do crime organizado no Estado de São Paulo foi preso nesta quinta, 13, enquanto caminhava de chinelos, bermuda e camiseta em uma avenida na zona norte de São Paulo. Marcelo Vieira, de 34 anos, o Capetinha, era o piloto, espécie de gerente, do Primeiro Comando da Capital (PCC) para toda aquela região da cidade. Desde que, no começo do mês, ele se tornou suspeito de ser o mandante da morte de quatro rivais de outra facção criminosa, três departamentos da Polícia Civil e o serviço reservado da Polícia Militar faziam de tudo para capturá-lo. Os homens do reservado chegaram primeiro. Às 11h30, foram avisados de que Capetinha estava na Avenida Elísio Teixeira Leite, na Vila Brasilândia. Os policiais verificaram que o suspeito era parecido com o líder do PCC e chamaram colegas do patrulhamento fardado para que o detivessem. Primeiro chegou um Corsa com dois PMs. Capetinha trazia uma identidade falsa em nome de João Marcos de Oliveira. Pensou tratar-se de mais uma revista de rotina e que logo seria liberado. Só percebeu que ia ser preso quando chegaram mais dois policiais em motos e uma Blazer da Força Tática da PM. Mais tarde, os policiais souberam que o criminoso estava acompanhado por dois seguranças, que fugiram quando o Tático Móvel chegou. Levado para o 45º DP, Capetinha foi autuado em flagrante sob a acusação de uso de documento falso. Enquanto isso, a delegacia foi cercada por 50 policiais armados com submetralhadoras, fuzis e espingardas. A rua foi bloqueada e ninguém podia passar. Temia-se um resgate ou um ataque ao prédio. Crimes É imensa a lista de crimes de que é acusado Capetinha. "Faz dois anos que ele estava unificando o tráfico de drogas na região", disse o delegado Darci Sassi, titular da 4ª Delegacia Seccional. Capetinha foi indiciado sob a acusação de participar do maior seqüestro ocorrido no Estado em 2005, o de um empresário de 23 anos, em Guarulhos. O resgate de R$ 1,8 milhão pago pela família serviu para financiar o tráfico de drogas. Neste ano, o criminoso foi apontado como o mandante dos ataques contra policiais militares e bases da PM em São Paulo, depois do fracasso do plano de resgate de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, o líder máximo do PCC preso em Presidente Bernardes, interior de SP. Nos ataques, dois policiais e uma mulher foram mortos. Em 3 de abril ocorreu a chacina que chamou mais uma vez a atenção da polícia para Capetinha. Ela teve como vítimas quatro integrantes do Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade (CRBC), facção rival do PCC. O crime ocorreu na Serra da Cantareira, na zona norte. As vítimas foram seqüestradas em Guarulhos, em 31 de março, e mantidas em cativeiro antes de serem mortas a machadadas. Duas pessoas sobreviveram ao crime. A PM o aponta como integrante do PCC desde 1999. "Suspeitamos da participação dele no resgate do ET (Alexandre Pires Ferreira) e do Pateta (José Carlos Rabelo)", disse o coronel José Roberto Marques, comandante do Policiamento da Capital. ET e Pateta são dois dos maiores ladrões do País. Hoje presos, eles foram resgatados em 2001 na Avenida Castelo Branco, em uma ação que deixou um PM morto.

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