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Preso suspeito de participar de chacina de jovens no Rio

Polícia busca outros nove traficantes que teriam seqüestrado e torturado garotos

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia prendeu na noite desta segunda-feira o primeiro suspeito de ter participado da chacina que deixou sete jovens mortos no Morro do Adeus, na zona norte, na última quarta-feira. O traficante Gringo, de 26 anos, passeava de moto próximo à favela em que os rapazes foram assassinados, quando foi preso por policias da 21.ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso). "Ele participou da sessão de torturas e matou os rapazes. Só não esquartejou", afirmou o delegado Aldari Viana, que investiga o caso. A Justiça decretou, ainda nesta noite, a prisão temporária do acusado. Outros nove traficantes que teriam participado do crime já estão identificados. Eles estão escondidos fora da favela. "Alguns deles estão no subúrbio e estão sendo monitorados", disse o delegado. Investigações Nesta segunda, as famílias dos cinco adolescentes estiveram na 21.ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso) e reiteraram que os garotos não tinham envolvimento com o tráfico de drogas. Viana disse que está certo da participação deles na invasão ao Morro do Adeus, no domingo, dia 21. Para o policial, é fantasiosa a versão de que os jovens foram seqüestrados a caminho de um jogo de futebol e mortos apenas por serem moradores da Vila do João, controlada por facção rival. "As famílias têm o direito de preservar a memória do ente que morreu. Cabe a nós apurar o que é verdade", afirmou. Segundo as informações recolhidas pelos investigadores da 21.ª DP, os jovens foram recrutados pelo traficante Cheiroso, ligado à facção Amigo dos Amigos. Na noite de domingo, tomaram o tráfico de drogas do Morro do Adeus, até então controlado por Marcelo Fanhoso. Na quarta-feira, o bando de Fanhoso retornou ao morro. Os sete jovens e Cheiroso passaram por cinco horas de tortura. Cheiroso, que é amputado de um dos braços, conseguiu escapar. Os cinco adolescentes e dois adultos (cujos corpos permanecem no Instituto Médico Legal) foram mortos e tiveram os corpos esquartejados por um integrante do bando de Fanhoso, o Maluco. "É a especialidade dele. Estamos tentando identificar outros casos de esquartejamento na região, que podem ter sido cometidos por ele", afirmou Aldari Viana. Para o delegado, a invasão fracassada ao Adeus pode ter custado ainda a vida do traficante Mocotó, que chefiava o tráfico na Vila do João, e teve o corpo carbonizado na madrugada de quinta-feira, pelos próprios comparsas. "Ele já estava em desacerto com o traficante Sassá (Edmilson Ferreira dos Santos, dono do tráfico na favela, que está preso). Foi o Mocotó que liberou os jovens para participarem do ataque no Adeus. Pode ter sido o ponto culminante para que a morte dele fosse decretada", afirmou.

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