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Presos 2 suspeitos de ajudar na execução de policiais em Suzano (SP)

Testemunha anotou placa de táxi usado por bandidos que mataram carcereiros

Por Agencia Estado
Atualização:

A placa de um Gol foi a pista que levou a polícia a prender os dois primeiros suspeitos de envolvimento na morte de dois carcereiros e de um amigo deles, executados por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em uma feira livre em Suzano, anteontem, na Grande São Paulo. O crime foi uma represália à morte de quatro bandidos que haviam atacado na noite de sexta-feira a Delegacia Central da cidade. O carro era um táxi e pertencia a José Ferreira da Silva Filho, de 27 anos, que foi preso. Além dele, foi detido o fiscal de táxi Rubens Alves Pereira, de 24 anos. Ambos são investigados sob a suspeita de participação no crime. A placa do carro foi anotada por uma testemunha que viu quando quatro homens desceram do Gol e se dirigiram à barraca de pastéis onde estavam os carcereiros Anderson Viçoso da Silva, de 27 anos, e Hélvio Batista Gomes, de 41, e o amigo Elvis Daniel Inácio, de 28. Os bandidos deram cinco tiros em cada vítima e fugiram no táxi. Ao ser parado por policiais na Rodovia Henrique Enroles (SP-66), o taxista negou ter participado da matança. Mais tarde, na delegacia, ele mudou a versão. Disse que foi contratado por quatro homens para ir à feira livre no bairro Miguel Badra, mas não sabia o intuito da corrida. Além de levar os supostos matadores, o taxista esperou que eles voltassem para, depois, seguir rumo ao bairro Aracaré, na periferia de Suzano. No celular de Silva Filho, os policiais identificaram uma ligação do fiscal, feita logo após as mortes. O rapaz teria sugerido ao amigo que evitasse voltar ao centro da cidade, pois testemunhas haviam anotado as placas do veículo. Para prender o fiscal, os investigadores pediram a Silva Filho que marcasse um encontro com ele. Em depoimento, Ferreira negou participação no ataque à delegacia e nos assassinatos. Guerra Nenhum outro acusado do crime foi detido no domingo. A guerra do PCC contra a polícia na cidade começou depois da prisão, em março, Gilmar de Holanda Lisboa, o Pebinha, gerente da facção criminosa em Suzano. No dia 26, os bandidos metralharam a delegacia. Temendo um novo ataque, os policiais reforçaram a segurança do lugar. Na noite de sexta-feira, havia 14 homens do Grupo de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) escondidos atrás de uma mureta na frente da delegacia quando os bandidos do PCC chegaram em dois carros. Desceram com fuzis, submetralhadoras, espingardas e pistolas e atiraram em direção à delegacia. Os policiais surpreenderam o grupo pelas costas e mataram quatro criminosos, dos quais foram identificados três: Reginaldo Veloso da Silva, de 28 anos, Silas Isidoro Geral, de 25, e Almir de Oliveira Luiz. Cinco bandidos que participaram do ataque ao Distrito Policial foram identificados, incluindo o mandante, integrante do PCC. "Vamos para cima deles", disse o delegado Nelson Silveira Guimarães, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo.

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