Presos 21 acusados de envolvimento com o PCC

Operação Cadmo deteve suspeitos dentro de casa, em estabelecimentos comerciais e até na rua em Taubaté, no interior de São Paulo

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Por Simone Menocchi e TAUBATÉ
Atualização:

Uma megaoperação realizada pela Polícia Civil e pelos promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) fechou o cerco ao crime organizado na manhã de ontem em Taubaté, no interior de São Paulo. O alvo eram acusados de tráfico que fariam parte do Primeiro Comando da Capital (PCC). Oitenta policiais participaram da operação que durou cerca de oito horas e prendeu 21 pessoas. O cumprimento dos mandados de prisão começou às 4 horas. A Operação Cadmo tinha por objetivo reprimir o tráfico de drogas comandado pelo PCC dentro e fora das penitenciárias. Entre os suspeitos, que foram presos dentro de casa, em estabelecimentos comerciais e até na rua, estava Joel do Prado, homem apontado pela polícia como o coordenador da facção criminosa no Vale do Paraíba, responsável pelo controle e pelo cadastro dos pontos de venda de droga. "Era ele quem autorizava ou não a instalação dos pontos de droga e também coordenava os arrecadadores, cuidava da parte financeira e da distribuição", disse o delegado seccional de Taubaté, Roberto Martins de Barros. Durante as investigações - iniciadas há seis meses -, foram feitas interceptações telefônicas. As gravações mostravam como agiam os responsáveis pela instalação dos postos de venda de drogas. Uma das gravações mostra que os bandidos dividiam o Estado de São Paulo por regiões e se referiam a elas por números: "Uma ajuda lá pra zero doze, entendeu irmão? É 50 pra mim, 50 pro Gordinho, 50 pro MC. Nós ?pego? o caixa do Bob, do litro de leite." Segundo a polícia, a expressão "litro de leite" se refere a cocaína. Nos grampos, os criminosos reclamam de traficantes que foram presos e não pagaram as dívidas. E ainda debocham das prisões. "A polícia prendeu cinco moleques da boca (risos). Nós ?tem? que ligar lá e montar um barraco." A polícia apreendeu celulares, pequenas porções de cocaína, maconha e crack, dinheiro e agendas com o controle das vendas de drogas. Havia ainda anotações que mostravam que o PCC fazia rifas entre presos e parentes e patrocinava o transporte de familiares de detentos em ônibus da facção. Na semana passada, quatro homens foram presos e acusados de participação no esquema. TRANSCRIÇÃO Bandido 1: Cinco ?moleque? meu ?entrou? em cana ali pô, um atrás do outro... Bandido 2: Nossa Senhora, então tá frenético de verdade... Bandido 1: Hahaha... Tô falando pra você, tem logo uns cinco lá... Bandido 2: Meu Deus do céu, nós ?tem? que ligar lá e montar um barraco lá tio... Bandido 1: Hahaha... quem dá risada é a advogada desgraçada.

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