Presos cavam túnel e fogem do CDP de Taubaté

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Seis presos fugiram na madrugada desta quinta-feira do Centro de Detenção Provisória de Taubaté, no Vale do Paraíba, a 130 quilômetros de São Paulo, por um túnel de 15 metros de comprimento e 3 de diâmetro. O presídio é considerado de segurança máxima e foi inaugurado em dezembro passado pelo governo do Estado de São Paulo. A fuga aconteceu por volta das 5h30 da manhã, depois que os presos cavaram o buraco, em sistema de revezamento, por cerca de dois meses. Durante a fuga, foram vistos por um policial militar, que chegou a disparar tiros. Os presos André Luiz dos Santos, de 20 anos, e Luiz Antonio Cordeiro, de 36, foram recapturados. Os detentos que conseguiram fugir foram: Sebastião Paula Mota, Cristiano Ramos Victor, Danilo Rodrigues da Silva e Vitor Bráulio de Faria Filho. Eles tinham envolvimento em roubo, receptação e tráfico de drogas. Em depoimento à Polícia Civil, Santos e Cordeiro contaram detalhes do crime. "A gente cavou o buraco com a escada da cama que nós quebramos e com umas marretas deixadas por outros presos." Segundo o detento, "toda a terra era escondida nas próprias celas" . "Eles (os agentes) nem percebiam o que a gente fazia, e faz muito tempo que não tinha revista lá (no CDP)". O que mais chamou a atenção da Polícia Civil foi a forma encontrada pelos presos para destruir as chapas de ferro embutidas nas paredes, pisos e muros. "Eles contaram que usavam a própria urina para corroer as chapas de ferro e assim facilitar a escavação", afirmou o delegado Luiz Simões Berthoud. O local tem capacidade para 768 detentos e está com 647 homens. Na manhã desta quinta, dois corregedores da Secretaria de Administração Penitenciária de SP foram a Taubaté para investigar suposta facilitação de fuga ou negligência por parte dos agentes penitenciários. "Nós vamos ouvir os outros 12 presos da cela que não conseguiram fugir, os agentes que estavam de plantão para esclarecer tudo isso" afirmou o coordenador regional dos presídios do Vale do Paraíba, Carlos Alberto Corade. Segundo ele, há ainda denúncias de que as revistas no presídio não aconteciam com freqüência. "Queremos saber por que não estavam fazendo revistas aqui." As visitas foram suspensas na tarde desta quinta-feira e ainda não há previsão de quando serão normalizadas. Esta foi a segunda fuga registrada no CDP desde sua inauguração. No início de junho, um preso trocou de identidade com outro detento, beneficiado com alvará de soltura, e saiu pela porta da frente. Três horas depois os agentes foram perceber o erro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.