PUBLICIDADE

Presos continuam a ´contrabandear´ celulares para Bangu 1

Por Agencia Estado
Atualização:

Nova gravação divulgada nesta terça-feira pelo Ministério Público do Estado revela que cinco horas após o término da operação do dia 18 no presídio de Bangu 1, que resultou na apreensão de sete telefones celulares, um preso telefonou para uma mulher e encomendou mais quatro aparelhos celulares. Na conversa, o criminoso ? segundo o MP seria o traficante Marcos Marinho dos Santos, o Chapolim, da quadrilha de Luiz Fernando da Costa, o Fernadinho Beira-Mar, que em outras gravações negociara a compra de um míssel Stinger ? comentou com a mulher não identificada a operação dos promotores no presídio, considerado de segurança máxima. ?Olha só, aconteceram uns probleminhas aqui. Vai lá e compra quatro aparelhos. Você viu pelos jornais o que aconteceu? Amanhã cedo você resolve isso, tá??, diz o preso na gravação, feita com autorização da Justiça às 17h51 do dia 18. O procurador-geral de Justiça do Estado, José Muiños Piñeiro Filho, disse nesta terça à noite que as ligações ainda estão sendo monitoradas pelo MP. ?A conversa mostra que, após a operação, os presos continuam a fazer uso de aparelhos celulares, apesar de toda a repercussão que houve. É uma afronta ao Poder Público, um descaso, uma ironia. Parece que eles subestimaram as autoridades, o MP, a Polícia Federal. Se fizeram isso, não deu certo?, disse o procurador-geral. Segundo ele, a direção do presídio terá de prestar esclarecimentos. ?O afastamento de toda a direção agora se torna obrigatório. Vamos aguardar a decisão da Justiça?, afirmou. Segundo ele, os promotores já têm elementos para a instauração de ações penais, o que deve ocorrer na próxima semana. Também disse que não está descartada uma nova operação do MP em Bangu 1. ?É uma afronta, mas vamos continuar investigando.? O procurador-geral afirmou ainda que houve vazamento, dentro do presídio, de informações sobre a operação do MP no dia 18. Segundo ele, os telefones grampeados não foram usados das 2h30 até as 17h51 do dia da operação, que ocorreu de 1h até as 13h. A autorização da Justiça permite que o MP e a PF monitorem as ligações de oito telefones celulares até o dia 28. As interceptações começaram em maio. Até as 22h desta terça, a Secretaria de Justiça do Estado, responsável pelo sistema penitenciário, não havia se pronunciado sobre o caso.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.