Presos da Operação Hurricane serão transferidos para o MS

Transferência dos acusados de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis deve acontecer logo após a retomada de depoimentos, pela PF, na quinta-feira

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os 21 acusados de participar da máfia dos jogos ilegais presos na Polícia Federal, em Brasília, devem ser transferidos para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS). A transferência vai ocorrer depois deles prestarem depoimento quinta-feira no Rio. A apuração da venda de sentenças judiciais em benefício de proprietários de máquinas caça-níqueis foi dividida em duas frentes: o Supremo Tribunal Federal (STF) vai tratar do envolvimento do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Paulo Medina, e de três outros magistrados e um procurador no esquema. O caso dos demais envolvidos, entre bicheiros, empresários e policiais, ficará com a 6ª Vara de Justiça Federal do Rio de Janeiro. A assessoria da PF informou que ainda não há data confirmada para a transferência dos 21 presos - que estão na Superintendência da PF - e da documentação apreendida de volta ao Rio. Especula-se, porém, que a viagem pode ocorrer na quarta-feira, véspera dos depoimentos. Após serem ouvidos, eles serão transferidos para presídio federal de segurança máxima em Campo Grande (MS), a segunda do gênero estabelecida pela União, no final de 2006. A tendência, segundo policiais, é que os depoimentos durem mais que um dia, pela quantidade de pessoas a serem ouvidas. Nesta segunda-feira, o bicheiro Antônio Petrus Kalil, o Turcão, de 82 anos, passou por exames médicos no Hospital das Forças Armadas. Segundo sua advogada, Concyta Aires, é a terceira série de exames neurológicos e cardiológicos a que ele se submete desde a prisão. Segundo ela, Turcão apresenta sintomas de confusão mental e sofre de problemas cardíacos. Após os exames, ele retornou à PF. Turcão foi um dos 25 presos pela Hurricane no dia 13. Do grupo, já foram libertados, após cumprirem prisão temporária, os desembargadores federais José Eduardo Alvim e José Ricardo Regueira, o juiz do Tribunal Regional do Trabalho em Campinas Ernesto Dória e o procurador João Sérgio Leal. Alvim, Regueira e Leal foram soltos no sábado, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal César Peluso. Dória foi o último a ser solto, na madrugada de ontem - além do envolvimento no caso, ele ainda tinha uma acusação de porte ilegal de arma. Os policiais federais que atuam no caso ainda estão trabalhando na análise do material apreendido; a cópia do conteúdo de computadores já foi concluída.

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