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Presos em traficantes internacionais de órgãos humanos

Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal (PF) prendeu hoje, em Recife e em Bonito (PE), 11 pessoas envolvidas no tráfico de órgãos de seres humanos. Os mandados de prisão e busca em quatro residências foram cumpridos por determinação da juíza federal Amanda Torres de Lucena, da 13ª Vara Federal. Esta foi a maior prisão de que se tem notícia sobre este tipo de crime. A PF descobriu que um estrangeiro, de nacionalidade israelense, aliciava pessoas na cidade de Recife para a venda de rins. As pessoas aliciadas passavam por um check-up e por exames de sangue, para comprovação de compatibilidade sangüínea e detecção de alguma doença. Aprovados no "exame de qualidade", os aliciados eram enviados à cidade de Duban, na África do Sul. Lá, os órgãos eram retirados em uma clínica médica e comercializados. A investigação começou com um e-mail de denúncia anônima enviado à Superintendência Regional da PF em Pernambuco. Com diversos nomes e endereços, as investigações feitas por policiais federais reforçaram o valor da denúncia. A partir daí, foi aberto inquérito policial e o Ministério Público foi avisado. O superintendente da PF em Pernambuco, delegado Wilson Salles Damázio, esclareceu, segundo a Agência Brasil que os presos foram incursos na Lei 9.434/97, no Artigo 14, que fala sobre a remoção de tecidos e órgãos, e no Artigo 15, que criminaliza a "compra/venda de tecidos, órgãos e partes do corpo humano". Além disso, há o crime de formação de quadrilha, inscrito no Código Penal. Segundo as investigações da PF, mais de 30 pessoas já haviam participado do "esquema" de venda de órgãos. O "preço" de um rim, na cotação da quadrilha, vinha caindo de valor. No início das investigações, os órgãos eram comercializados por US$ 10 mil. Nas últimas transações, entretanto, havia rins sendo comercializados por US$ 6 mil.

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