
10 de novembro de 2017 | 05h36
Atualizado 10 de novembro de 2017 | 16h00
CURITIBA - O número de mortos aumentou para dois na rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), no oeste do Paraná, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp).
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Informações preliminares apontam que a rebelião teria sido motivada por brigas de facções criminosas dentro do PEC. A Polícia Militar, Bope e Batalhão de Choque aguardam o desfecho da rebelião, que até o meio-dia seguia indicativo de negociação.
Em coletiva de imprensa pela manhã, na frente do presídio, o Coronel da PM, Washington Lee Abe deixou claro que não está descartada a possibilidade de invasão do local.
"Eles estão bem cientes que vamos agir conforme a vontade deles, se é com conversas, com bombas, nós estamos prontos, mostrar do que somos capazes também", disse.
Segundo o Coronel Lee, havia a expectativa de que os rebeldes se entregassem pela manhã. "Ao amanhecer iriam entregar a cadeia e entregar os reféns", explicou.
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Os detentos saíram das celas, subiram no telhado e então fizeram três reféns. Um preso teria sido decapitado. Um dos agentes foi liberado às 18h, com ferimentos na cabeça, informou o Sindicato dos Agentes Penitenciários no Paraná (Sindarspen). Ele foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento na região.
Até o meio-dia, dezenas de presos se encontravam no telhado da PEC e seguravam uma faixa do Primeiro Comando da Capital (PCC) escrita com sangue dos mortos.
Um grupo de 152 presos deverá ser transferido para outras unidades, sendo 102 para a Penitenciária Industrial de Cascavel (PIC) e outros 52 para delegacias da região.
A Sesp deve se pronunciar apenas depois que a rebelião terminar. Em nota, a Secretaria informou que a situação estava sendo conduzida por uma unidade específica da PM junto aos rebelados. "A Sesp e o Depen não vão se pronunciar até o fim do motim afim de preservar a negociação", informou em nota.
Outro caso. Em agosto de 2014, o mesmo presídio foi palco de uma rebelião que durou 45 horas. Na ocasião, pelo menos cinco presos foram assassinados, dois deles tendo sido decapitados. Cerca de 80% da estrutura do estabelecimento foi danificada após aquela rebelião.
Violência. Em 2016, o Brasil teve o maior número de mortes violentas de sua história: 61.619. Os dados foram revelados pelo 11.º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O relatório indica que também houve piora em índices de criminalidade, roubo, furto de veículos e estupro.
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