Presos importadores de drogas da Bolívia e Colômbia para PCC

Grupo acertou compra de 1 tonelada de coca, além de explosivos e fuzis

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Por Marcelo Godoy
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Uma operação feita pelo Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) levou à prisão do grupo responsável pela importação da Bolívia e da Colômbia de drogas e de armas para o a cúpula do Primeiro Comando da Capital. Os acusados seriam ligados aos traficantes Edilson Borges Nogueira, o Biroska, e Marcos Paulo Nunes da Silva, o Vietnã, os dois principais financiadores da facção criminosa. Os detidos teriam assumido a função de Wagner Roberto Raposo Olzon, o Fusca, processado pela Justiça Federal sob as acusações de lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas. Fusca havia acertado em viagem feita em janeiro a importação para a "família" de uma tonelada de cocaína, além da compra de explosivos e fuzis. A inteligência da polícia investigava ainda a informação de que o grupo detido preparava um ataque a um delegacia da Grande São Paulo. Os criminosos estariam revoltados com os achaques supostamente feitos pelos policiais - traficantes ligados ao grupo teriam pago R$ 1 milhão para não serem detidos. Para a ação, teriam pedido autorização à cúpula da facção, que está detida na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. O Denarc deteve sete homens na Praia Grande. Suas identidades ainda estavam sendo confirmadas pelos policiais no começo da noite de ontem, mas sabia-se que entre eles estavam Alessandro Maurício, o Carioca, e outros criminosos identificados como Roni, Bexiga e Da Festa. Entre eles também estaria um criminosos conhecido como Bombom. Trata-se do colega de viagem de Fusca quando o acusado, segundo documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF), fechou o acordo na Bolívia para a entrega da droga. Segundo agentes da P2 de Presidente Venceslau, a informação da prisão de Bombom e de Bexiga chegou ao presídio rapidamente. "O Bexiga está aqui. Estamos tentando identificá-los, pois eles forneceram nomes que não sabemos se são verdadeiros. Ainda não sabemos se esse Bombom está entre eles", disse Everardo Tanganelli, diretor do Denarc. Com os acusados foi apreendida uma contabilidade que mostra que só de um traficante da zona norte de São Paulo a cúpula do PCC contava receber R$ 987 mil. De outro, que distribui a droga na zona leste, os líderes da facção contavam receber R$ 340 mil. "São valores semanais", afirmou Tanganelli. Como atacadista da droga, o PCC obriga traficantes a comprar a cocaína da facção. Quem não compra se torna inimigo. Essa seria a droga conhecida entre os bandidos como bicho ou bicho-papão. A soma das atividades da facção é o que é chamado no PCC de "progresso".

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