Presos no Rio sete traficantes ligados a quadrilha Morel

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Por Agencia Estado
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Sete integrantes de uma quadrilha de traficantes de drogas foram presos entre a noite de quinta e a manhã desta sexta-feira. O grupo traz entorpecentes de Capitán Bado, no Paraguai, para o Rio de Janeiro. Lucineth Morel Melo, de 35 anos, provável chefe do grupo, foi presa quando visitava o marido no presídio Hélio Gomes, no centro do Rio. A família Morel é a principal fornecedora de maconha para o Brasil e rival do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira Mar. "Essas prisões são importantes porque trazem à tona a existência de mais uma conexão Paraguai-Mato Grosso do Sul-Rio de Janeiro", afirmou o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Josias Quintal. Com a quadrilha, a polícia apreendeu 60 quilos de maconha, um quilo de cocaína, sete celulares, três carros, além de R$ 1.500. Três agendas com telefones de fornecedores e consumidores de drogas foram apreendidas. "Não há nenhum político nem policial nas agendas", garantiu Quintal. As prisões começaram a ser feitas na noite de quinta-feira, no município de Rio das Ostras, Região dos Lagos. Depois de quatro dias de tocaia, detetives da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco) prenderam quatro pessoas numa casa. Eles deram o paradeiro de mais dois integrantes, presos horas depois em um apartamento em Niterói. Lucineth foi a última a ser presa, na fila de visitantes do Complexo da Frei Caneca. Ela veria o marido, o traficante Paulo Antônio Pereira, o Paulo Gambá, encarcerado há 10 anos. A polícia já havia gravado conversas de Gambá com a mulher de dentro do Presídio Hélio Gomes, de onde ele organizava o tráfico. Ao ser presa, Lucineth tentou se jogar de uma janela no terceiro andar da Draco e feriu os pulsos com as próprias unhas. A traficante recusou-se a informar sua posição na quadrilha e seu parentesco com João Morel, o "rei da maconha", ex-sócio de Beira-Mar e morto sob suas ordens em janeiro, numa prisão do Mato Grosso do Sul. "Beira-Mar matou Morel e dois de seus filhos. Dizimou os homens da família e agora as mulheres estão assumindo os negócios", informou o delegado da Draco, Cláudio Vieira. "Resta saber se ela está aliada a Beira-Mar ou se se manteve fiel aos parentes." Ainda não há dados sobre a quantidade de drogas que essa quadrilha enviou para o Rio de Janeiro. A maconha, produzida em Capitán Bado, seguia em caminhões. Já a cocaína - de origem boliviana ou colombiana - vinha em pequenas quantidades, em ônibus de viagem ou carros de passeio. As drogas partiam da cidade paraguaia para Coronel Sapucaia (MS), e de lá seguiam para Rio de Janeiro, Região dos Lagos e Niterói. A quadrilha era investigada há um mês. A operação foi desencadeada pela morte de um dos integrantes do grupo, na segunda-feira, em Niterói, num confronto com a Polícia Militar. Ele dirigia o carro comprado por Helain Christian Martins Teixeira, de 23 anos, presa também hoje. A Draco temia que outra delegacia fizesse a conexão entre os dois e atrapalhasse a prisão de Lucineth. Os outros presos são Vanderléa de Azevedo da Silva Alves de 32 anos, Célia Regina de Jesus Pereira, de 43, Leonardo Moreira Brito, de 23, Sérgio Pereira Alves, de 31, e Renato Andrade, de 40. Todos ficarão detidos na Polinter. A polícia ainda espera prender outros integrantes da quadrilha nos próximos dias.

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