Presos rebelam-se contra más condições em Goiás

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Por Agencia Estado
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Os vinte e três presos do Centro de Custódia de Goiás tomaram hoje dois agentes carcerários como reféns e iniciaram uma rebelião com o objetivo de serem transferidos do local para o Cepaigo, maior penitenciária de Goiás. Os amotinados ainda negociam com o secretário da Segurança Pública, Demóstenes Xavier Torres, e o presidente da Agência Prisional de Goiás, Rodrigo Gabriel Moisés. Segundo a polícia, a maioria dos amotinados foi transferida para o Centro de Custódia depois de uma denúncia de que eles estariam planejando uma rebelião simultânea entre os presos do Cepaigo e a Casa de Prisão Provisória de Goiás (CPP). "Eles foram transferidos devido às fortes suspeitas de que promoveriam uma rebelião conjunta do Cepaigo com a CPP no domingo de carnaval", disse Demóstenes à Agência Estado. Por determinação do secretário, o prédio do Centro de Custódia foi cercado por homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar, às 19h30. Apesar de as autoridades não admitirem, a hipótese de invasão não está descartada. Os presos que estão no Centro de Custódia estão entre os mais perigosos do Estado - dois deles são os irmãos Oliveira, que no ano passado seqüestraram o compositor Wellington de Camargo, irmão da dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano. "Todos os amotinados são líderes e estariam organizando rebeliões, por isso que eles foram transferidos para lá", explicou o secretário Demóstenes. O Centro de Custódia de Goiás é um prédio construído para servir de hospital psiquiátrico e abrigar deficientes mentais que cometeram crimes graves e não podem ser liberados para o convívio em família. Sua estrutura, que deixa os presos confinados em pequenas celas individuais, não é considerada, pelos presos, adequada para o cumprimento das penas. Os presos reclamam que têm direito a apenas três horas diárias de banho de sol e passam as outras 21 horas encarcerados em celas isoladas, sem direito à convivência com outros detentos. Apesar do impasse nas negociações, Demóstens disse que acredita em um desfecho pacífico para o caso.

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