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Primeira multa por homofobia é aplicada

Por Laura Diniz
Atualização:

Discriminação por orientação sexual agora tem preço fixo - e a cobrança vem logo. Não se trata exatamente de Justiça, segundo o empresário Justo Favaretto Neto, de 48 anos, que obteve no início do ano a primeira decisão da Secretaria Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania determinando que um homem que o chamou de "veado" fosse multado em R$ 14.800 - antes, só haviam sido aplicadas advertências. "Justiça é uma coisa mais profunda. Seria eu ser respeitado e não ter de brigar por isso, mas já é um passo importante." Morador de Pontal, a 350 quilômetros da capital, Justo diz que foi muito discriminado, mas nunca teve provas. Desta vez, foi xingado na frente da polícia. "O agressor normalmente monta a situação de tal forma que não há defesa. Quando você está num grupo de homossexuais e o agressor em potencial está sozinho, ele não mexe." Após a multa, Justo conta que as ofensas não pararam. "Diminuiu, mas não cessou. Mas agora ando com a lei no meu colo. Quando acontece algo, eu mostro, falo da multa e tento dialogar. Não posso brigar, senão apanho", diz, do alto de seu 1,60 metro. Mas as pessoas físicas são superadas pelas empresas nas denúncias por discriminação sexual apresentadas à secretaria. Pelo último balanço disponível, de 2006, 53% dos casos que chegaram eram contra estabelecimentos comerciais. Em seguida, pessoas físicas (31%), órgãos públicos (8%) e servidores (8%).

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