Primeiro comício de Lula reúne 20 mil pessoas em Recife

Cerca de 20 mil pessoas, segundo estimativa do PT, ovacionaram o presidente quando ele subiu ao palanque

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Por Agencia Estado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu primeiro comício como candidato à reeleição, atacou os "preconceituosos que estão cada vez mais irritados, transmitindo ódio, as maiores sandices, sem provar nada". Ele disse em Brasília Teimosa, no Recife, que não responderá "ao jogo rasteiro que alguns adversários fazem". "Até porque alguns que me acusam deveriam lavar a boca com lisoforme." Lula insistiu em que não "baixará o nível da campanha". "O respeito é bom, é assim que vocês educam os filhos de vocês. Se eles não agem assim vocês podem ter certeza que não aceitaremos que determinadas pessoas me chamem de desonesto. Aliás, alguns vieram até no navio junto com Cabral. Estão falando as piores sandices. Eu quero governar o Brasil mais quatro anos", afirmou. "Eu saio daqui com a certeza de que o Brasil não pode voltar a ser governado apenas para 35 milhões." Ele disse que voltou à Brasília Teimosa porque a região tornou-se um símbolo de seu governo ao acabar com as palafitas que dominavam o cenário do bairro do Recife. O palanque do presidente-candidato foi montado na área onde esteve dez dias depois de sua posse, em janeiro de 2003. Aqui, o presidente se deparou na época com um cenário de exclusão, 500 palafitas e um povo na miséria. Os moradores das palafitas vivem hoje em conjunto habitacional construído a 12 quilômetros dali. Lula lembrou da sua infância em pau-de-arara e disse que seus acusadores "têm que contar até dez antes de o acusarem". Cerca de 20 mil pessoas, segundo estimativa do PT, ovacionaram o presidente às 18h25. Lula chegou acompanhado de sua mulher, Marisa Letícia, dos ministros Sérgio Resende, de Ciência e Tecnologia, e Luis Dulci, secretário-geral da Presidência, além dos candidatos ao governo pernambucano Humberto Costa, ex-ministro da Saúde, e Eduardo Campos (PSB), ex-ministro de Ciência. Aclamado por antigos moradores das palafitas, Lula retribuía com acenos e beijos. Recebeu das mãos de um segurança duas correspondências que lhe foram enviadas pela gente de Brasília Teimosa. À sua direita, Lula tinha o mar aberto e uma faixa de protesto. "Desemprego em massa no Porto de Suape. São mais de 1.600 portuários avulsos. Família desamparada", estava escrito na grande faixa branca, estendida no meio da multidão. O locutor, empolgado, anunciou para o povo a chegada de "Luiz de todos os brasileiros, o presidente do povo". Lula erguia os braços e agradecia. "Aí está a esperança do povo brasileiro", prosseguiu o locutor. "Lula, a força de Deus, Lula a força do povo, o presidente que muito fez pelo Nordeste". As militâncias de Costa e Campos, que disputavam espaço em número de bandeiras, faixas e animação, se uniram no momento em que o escritor Ariano Suassuna, 79 anos, aliado de Eduardo Campos, convocou a multidão para cantar com ele o frevo de bloco Madeira do Rosarinho, hino que é a cara do carnaval pernambucano. "Queiram ou não queiram os juízes, o nosso bloco é de fato campeão" e "viemos dizer bem alto que a injustiça dói, nós somos madeira de lei que o cupim não rói", diz uma das estrofes. Ampliada às 23 horas

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