
15 de junho de 2015 | 09h39
Atualizada às 21h50
CIDADE DO VATICANO - A Igreja Católica anunciou nesta segunda-feira, 15, que, no próximo mês, iniciará o primeiro julgamento de um clérigo por pedofilia. Simultaneamente, houve a renúncia de um bispo e de um arcebispo, suspeitos de terem encoberto pedófilos em suas dioceses.
“O presidente do Tribunal do Estado do Vaticano acusou o ex-núncio apostólico da República Dominicana Jozef Wesolowski. A primeira audiência será realizada em 11 de julho”, informou o comunicado oficial da Santa Sé. Os crimes de que se acusa o antigo embaixador teriam ocorrido durante sua estada em Roma, entre agosto de 2013 e 22 de setembro de 2014, quando foi detido. Também há acusações durante seu mandato como núncio na República Dominicana, entre 24 de janeiro de 2008 e 21 de agosto de 2013.
“No primeiro caso, (analisa-se) a posse de material pedófilo, um crime que o papa Francisco trouxe em 2013 à legislação do Vaticano. No segundo caso, (investiga-se) o abuso sexual de crianças, com base em uma acusação apresentado pelas autoridades judiciais de Santo Domingo (capital da Dominicana)”, disse o Vaticano. O bispo é acusado de ter relações sexuais com menores de idade em um subúrbio da cidade.
Caso seja considerado culpado, Jozef Wesolowski pode ser condenado a até 7 anos de prisão. Ele encontra-se em prisão domiciliar no Vaticano, alegadamente por razões de saúde. A primeira audiência do caso será pública, mas há possibilidade de que as demais sejam a portas fechadas, para manter a privacidade das vítimas.
Renúncia. Além disso, o papa Francisco aceitou a renúncia de dois bispos norte-americanos. O arcebispo de Saint Paul e Minneapolis, John Clayton Nienstedt, e seu vice, d. Lee Anthony Piche, demitiram-se depois de sua diocese ter sido acusada por autoridades dos Estados Unidos de não ter protegido menores de dois padres que chegaram a ser presos por abuso sexual. “É preciso um novo começo para a arquidiocese”, justificou Nienstedt.
O papa aceitou as demissões com base em uma disposição existente no Código de Direito Canônico, que prevê penalidades por faltas graves. O Vaticano não deu mais detalhes, mas essa sanção já havia sido reivindicada anteriormente por associações de vítimas nos Estados Unidos.
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