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Primo de Ronaldo é morto no Rio

Ele e mais dois homens levaram tiros de fuzil

Por Adriana Chiarini
Atualização:

Um primo do craque de futebol Ronaldo, o Fenômeno, o entregador Igor Nazário da Silva, de 25 anos, foi morto por volta das 22 horas de anteontem com duas outras pessoas. As vítimas estavam na farmácia onde o rapaz trabalhava, a Drogaria Progresso, no bairro de Vicente de Carvalho, zona norte, e foram atingidas por tiros de fuzil disparados de um carro prata. Os outros mortos foram o balconista do estabelecimento Wellington Dammac, de 30 anos, e Rômulo de Araújo Belarmino, de 18, que fazia compras no local. Também foi baleado Moisés Pontes Sobrinho, de 27, que passava pela área e está em estado grave no Hospital Getúlio Vargas. "Ninguém sabe o que aconteceu. Foi uma surpresa", disse Nélio Nazário de Lima, pai de Ronaldo e tio de Igor, no enterro, ontem à tarde, no cemitério de Irajá. Ele atribuiu a morte do sobrinho à "violência urbana". Irmão de Jussara Nazário de Lima, mãe de Igor, Nélio parecia emocionado durante a cerimônia, tendo ficado a maior parte do tempo calado e chorado apenas ao sair. O jogador Ronaldo, que está no Rio para passar o Natal e fazer tratamento fisioterápico, não foi ao cemitério. De acordo com a polícia, Igor era o único dos três mortos que tinha ficha policial. Teve registros de tráfico de drogas, em 28 de maio de 2001, feito pela 82ª Delegacia de Polícia, em Maricá, na Região dos Lagos, e de assalto à mão armada, em 30 de dezembro de 2001, pela 19ª Delegacia de Polícia, na Tijuca, zona norte. Por esta acusação, ficou preso de julho de 2002 a abril de 2005. "Ele foi um menino levado. No momento, estava tranqüilo, trabalhando das 7 horas da manhã às 11 da noite", afirmou a mãe dele. Segundo ela, o rapaz não tinha inimigos. Era filho único e pai havia apenas 20 dias do bebê Iuri. Igor chegou a trabalhar em uma clínica de fisioterapia que foi de Ronaldo antes de virar entregador na farmácia. ?SÓ MAIS UM? Família e amigos permitiram a presença de jornalistas no enterro, mas ficaram incomodados com as perguntas sobre as possíveis causas dos tiros e menções às passagens dele pela polícia. "Vamos deixar que as autoridades digam o que houve", afirmou o padrinho de Igor, Guaraci Amaral. "Ele é só mais um nas estatísticas."

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