Prisão de policiais suspeitos de matar jovem acelera uso de câmeras corporais no RS

Secretaria de Segurança Pública confirma implementação do equipamento após corpo de militar de 18 anos ser encontrado no interior do Estado

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Por Ramiro Brites
Atualização:

A morte do militar Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, exigiu uma resposta das autoridades. A Justiça Militar acatou o pedido da Polícia Civil e determinou a prisão de três policiais suspeitos pelo assassinato. Outra medida foi anunciada, nesta terça-feira, 23, pelo secretário estadual de Segurança Pública. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Vinicius Cesar Santarosa confirmou a abertura de licitação para compra de câmeras corporais. 

Até o fim do ano, o equipamento será usado por 900 oficiais da Brigada Militar (BM) e 100 da Polícia Civil. Ao menos cinco mil câmeras devem ser adquiridas para a BM. O Rio Grande do Sul conta com cerca de 30 mil agentes de segurança. As policias de Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rondônia e Distrito Federal já usam o equipamento.

Após ser visto entrando em uma viatura, Gabriel Cavalheiro ficou uma semana desaparecido. Foto: Reprodução/Redes Sociais

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Em nota, a BM informa que o teste para implementação do dispositivo começou no verão de 2021, durante a Operação Golfinho. Os experimentos duraram até maio. “O equipamento tem gravação contínua e autonomia para gravar durante 12 horas ininterruptas”, explica o comunicado. 

Conforme as autoridades, a tecnologia assegura que as imagens não sejam corrompidas. “Após o turno de trabalho, o policial que estava portando a câmera a devolve no batalhão e as imagens são transmitidas para um servidor que armazena as gravações, cujo acesso é exclusivo do sistema de gestão operacional das unidades da BM”. 

Câmeras corporais já foram testadaspela polícia do Rio Grande do Sul. Foto: Divulgacao/Brigada Militar

O caso Gabriel

Após uma semana de buscas, o jovem foi encontrado, na sexta-feira, 19, em um açude em São Gabriel, no interior do Estado. Dois soldados e um sargento da BM são os principais suspeitos do assassinato e estão presos. O comandante-geral da BM, Cláudio Feoli, também em entrevista à Rádio Gaúcha, disse que, anteriormente, os mesmos agentes foram alvos de investigações internas por abuso de autoridade. 

Gabriel Marques Cavalheiro é natural de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e estava hospedado na casa de tios, em São Gabriel, para cumprir o serviço militar obrigatório. A polícia foi acionada pois o jovem estaria embriagado e supostamente tentou abrir o portão da casa de vizinhos dos parentes. Enquanto o corpo era sepultado, no último domingo, 21, centenas de pessoas foram à sede da polícia pedir por justiça.

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O governador e Delegado da Polícia Civil, Ranolfo Vieira Junior, não comentou a conduta nem a prisão dos policiais militares. No dia seguinte ao velório, ele prestou solidariedade à família no Twitter. 

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