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Prisão em escola acaba em tumulto

Serra anuncia pacote antiviolência após confusão que começou porque alunos estariam usando drogas

Por Fabio Mazzitelli e Vitor Sorano
Atualização:

Com histórico de drogas envolvendo alguns alunos, a Escola Estadual Professor Antonio Firmino de Proença, na Mooca, zona leste de São Paulo, chamou a Polícia Militar ontem para deter dois alunos que estariam portando entorpecentes. Em resposta à intervenção da PM, que usou gás pimenta na ação, colegas dos jovens detidos iniciaram uma depredação, com 47 vidraças quebradas. O tumulto causou a dispensa dos alunos da manhã e a suspensão de aula nos outros períodos. Fundada em 1946, a Firmino foi o berço escolar nos anos 50 do governador José Serra (PSDB), que sempre se refere a ela com carinho. Ele adiantou ontem que anunciará ainda neste mês um pacote de combate à violência nas escolas. O plano já havia sido prometido para fevereiro e previa, inicialmente, a criação de um setor de prevenção à violência, treinamento para professores e um programa para a mediação de conflitos. O problema da violência nas escolas paulistas ganhou destaque em novembro, quando uma briga generalizada entre alunos da Escola Amadeu Amaral, no Belém, zona leste, terminou com uma jovem ferida e o prédio depredado. Serra tratou da confusão de ontem na Mooca como "um evento de violência". "Não é um fenômeno que está se agravando. Estamos trabalhando para diminuir isso." Em relação às drogas, porém, a Secretaria da Educação admitiu que é uma questão recorrente na Firmino. A pasta diz que a direção do colégio da Mooca já havia avisado, em ocorrências anteriores, a PM e o Departamento de Narcóticos (Denarc). Ontem, a direção resolveu "comprar a briga". A polícia foi chamada porque dois garotos matriculados na unidade - um de 14 anos e outro de 17 - pularam o muro da escola, invadiram o local fora do horário de aula e estariam fumando maconha no pátio, por volta das 9h30, segundo relato do diretor à polícia. Não foram encontradas drogas com os jovens, detidos à força no banheiro da escola e liberados do 8º DP (Mooca) à tarde, na companhia de responsável legal. Eles assinaram um ato infracional. Depois que souberam que os colegas haviam sido detidos, alunos se solidarizaram e iniciaram um tumulto que atingiu corredores, salas de aula e o pátio. Carteiras foram jogadas nas vidraças e lixeiras, tombadas, lançando lixo pelo pátio. Os estudantes foram dispensados por volta das 11h30, quando as aulas foram suspensas e a PM, chamada de novo. Três alunos que estudam de manhã foram apontados por funcionários como pivôs da quebradeira e o futuro deles será decidido no próximo sábado, em uma reunião do Conselho de Escola. A punição máxima seria obrigá-los a procurar outra unidade para estudar. A transferência obrigatória do aluno equivale à expulsão no ensino público. COLABOROU CAROLINA FREITAS

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