Procurador-geral suspende pagamento de promotor

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Por Agencia Estado
Atualização:

O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, José Geraldo Brito Filomeno, determinou nesta sexta-feira a suspensão do pagamento dos salários do promotor Igor Ferreira da Silva, de 34 anos. Igor foi condenado pelo Tribunal de Justiça (TJ) a 16 anos e 4 meses de prisão pela morte da mulher, que estava grávida de sete meses. Ele está foragido há dez dias. O promotor estava afastado de suas funções havia mais de dois anos, mas continuava a receber os vencimentos - cerca de R$ 5,5 mil mensais. O fim do pagamento só seria determinado após a condenação judicial transitar em julgado, ou seja, esgotarem-se os recursos. A procuradora Valderez Deusdedit Abbud, responsável pela acusação do caso, relatou a fuga ao procurador-geral para que o fato fosse apreciado no âmbito da relação funcional do promotor com a instituição. Em decisão de três páginas, Filomeno entendeu que a fuga exclui o direito ao pagamento. "Não faria sentido que o erário financiasse o promotor de justiça que, desprezando a autoridade constituída, se evade, assumindo voluntariamente a condição de rebelde". A suspensão vale a partir do dia 19 - um dia após Igor ser condenado pelo TJ e não mais foi encontrado. Na mesma decisão, o procurador-geral considerou a fuga um "propósito de abandono do cargo", o que estará configurado em 18 de maio. Caso o promotor não se apresente ou não seja preso até lá, o cargo estará perdido. O crime ocorreu em 4 de junho de 1998, em Atibaia, no interior. Patrícia Aggio Longo, de 28 anos, foi morta com dois tiros no rosto. Igor afirma que o casal foi vítima de um assalto.

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