PUBLICIDADE

Professor é confundido com maníaco e denuncia policiais

Por Agencia Estado
Atualização:

O professor de geografia Erivaldo da Silva Teixeira, de 30 anos denunciou à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) que teria sido vítima de abuso de autoridade e discriminação por parte de policiais civis de Ubatuba, litoral norte de São Paulo. O caso foi registrado na tarde de segunda-feira, na Comissão de Direitos Humanos da OAB de São Paulo e encaminhado para a Corregedoria da Polícia Civil e Militar. Segundo Teixeira, ele estava em um ponto de ônibus, no dia 4 de outubro, quando foi abordado por policiais civis. Ele iria para São Paulo, onde faz curso de especialização em Psicologia e Educação na USP. De acordo com o professor, os policiais disseram que ele era suspeito de ser o maníaco de Guarulhos, acusado de estuprar e matar mulheres na cidade da Grande São Paulo. No depoimento, o professor, que dá aulas para cerca de 1.600 alunos em Ubatuba há dois anos, na rede estadual de ensino, disse que os policiais gritavam enquanto o revistavam, chamando a atenção de muitas pessoas. De acordo com Teixeira, o delegado Eduardo Cambranelli dizia que ele tinha 95% de chance de ser o maníaco de Guarulhos, apesar das constatações de que o professor tinha domicílio e trabalhava na cidade litorânea. De acordo com a advogada da OAB, Ana Elisa Siqueira, que acompanhou o depoimento, o professor passou por uma situação constrangedora depois deste fato. "Houve repercussão na escola e o dano moral foi grande". Ainda segundo a advogada, o professor não tem uma cicatriz no rosto, é pardo e tem cabelos crespos, marcas que não conferem com as características do homem apontado como o maníaco de Guarulhos. Antes de ser libertado pelos policiais, o professor contou que foi obrigado a omitir a maneira que foi tratado pelos policiais no boletim de ocorrência. O delegado seccional do litoral norte, João Barboza, informou que não recebeu comunicado oficial da OAB ou da Corregedoria da Polícia Civil e que por isso não poderia comentar o assunto. "Eu espero que a vítima me procure para que possamos começar a apurar o caso".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.