Professor em greve ataca carro de Serra

Manifestantes hostilizaram governador e enfrentaram PMs que faziam sua escolta

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Por Julia Duailibi e Silvia Amorim
Atualização:

Um grupo de cerca de 50 pessoas, a maior parte delas ligadas à Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), tentou impedir a saída do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), da inauguração de uma escola técnica em Francisco Morato, na Grande São Paulo. Os manifestantes jogaram um ovo contra o carro do tucano e enfrentaram policiais militares que faziam a escolta do governador.Gritando palavras de ordem e segurando pedaços de madeira com pregos, arrancados de uma cerca ao lado da escola, os manifestantes se posicionaram diante do carro, dificultando a partida. Davam chutes e murros no veículo, que se desvencilhou com a ajuda de policiais e partiu "cantando" pneus. Um ovo atingiu a parte traseira do veículo.Os seguranças de Serra que ficaram no local tiveram de enfrentar os manifestantes com empurrões. A PM interveio e se posicionou entre os seguranças e os manifestantes. "Serra, a culpa é sua, professor está na rua", gritavam professores da Apeoesp que estão em greve desde o dia 5 de março. Segurando faixas e cartazes, os grevistas reivindicam, entre outros pontos, reajuste salarial de 34,3%. Para o governo, a greve "não pegou".Pouco antes, durante seu discurso, Serra foi aplaudido pelos estudantes que estavam no local. Mas outro grupo de jovens resolveu provocar o governador quando ele foi caminhar pela escola. Gritaram: "Brasil, urgente, Dilma presidente." Pesquisa. Pré-candidato do PSDB na eleição, Serra tentou evitar fazer comentários sobre a pesquisa CNI/Ibope, divulgada ontem. "Nenhum comentário", afirmou, para logo depois dizer: "Não comento pesquisa nem quando estou disparado nem quando não estou disparado. Pesquisa, até outubro ou novembro, eu nunca vou comentar." Serra cumpriu agenda puxada, com inaugurações e conversas com políticos. À tarde, anunciou vagas de um programa de qualificação profissional e defendeu o lançamento de iniciativas similares pelo governo federal para gerar mais emprego. Depois, participou da entrega de um Ambulatório Médico de Especialidades (AME), em Itapevi.À noite, encontrou-se com o presidente do PSDB mineiro, deputado Nárcio Rodrigues, que reafirmou o apoio à candidatura de Serra, num momento em que prefeitos tucanos em Minas ameaçam apoiar a candidata governista, ministra Dilma Rousseff. "Vamos trabalhar para Anastasia e Serra sob a liderança do governador Aécio Neves. E é fundamental tornar isso público. Em vez da "Dilmasia", vamos ter lá o "Anastasserra"", disse o deputado, em referência ao vice-governador Antonio Anastasia, candidato do PSDB ao governo mineiro. "Dilmasia" (Dilma com Anastasia) é como tem sido chamado o movimento de prefeitos tucanos, numa reedição da campanha de 2006, quando PSDB mineiro foi acusado de ajudar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em detrimento do então candidato do partido, Geraldo Alckmin. À época, difundiu-se a expressão "lulécio".Nárcio reafirmou a candidatura de Aécio Neves a senador. "Aécio tornou pública sua decisão. Não é nenhuma escolha irrefletida nem atitude de retaliação."REIVINDICAÇÕES Reajuste salarial imediato de 34,3%Plano de carreira justoGarantia de empregoFim das avaliações excludentesConcurso público de caráter classificatório Não municipalização do ensino

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