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Professor queimado vivo é sepultado em Alagoas

Por Agencia Estado
Atualização:

Num clima de revolta e indignação, familiares e amigos participaram hoje pela manhã do enterro do professor Paulo Henrique Costa Bandeira, de 42 anos, cujo corpo foi encontrado ontem carbonizado dentro do seu carro, um Gol branco, numa estrada da zona rural do município de Satuba, a 48 quilômetros de Maceió (AL). Segundo a polícia, o professor foi seqüestrado, acorrentado e queimado vivo dentro do veículo incendiado. Paulo Henrique estava desaparecido desde segunda-feira à noite, logo após receber um telefonema na escola Josefa Silva Costa - onde trabalhava em Satuba -, pedindo para que comparecesse à Prefeitura da cidade. O professor era casado, tinha filhos, morava em Maceió e dava aulas também no Marista e no Colégio Universitário. Ele era professor de educação artística e tinha exercido um cargo comissionado na Prefeitura de Satuba, quando tomou conhecimento do desvio de recursos do Fundo de Desenvolvimento e Valorização do Magistério (Fundef). Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Alagoas (Sinteal), Lenilda Lima, a morte do professor pode estar ligada às denúncias de desvio dos recursos do Fundef. "Não há outro motivo senão esse para uma barbaridade dessa", afirmou a presidente do Sinteal. A Secretaria Nacional de Direitos Humanos, por meio do ouvidor Pedro Montenegro, já tomou conhecimento do caso, mas aguarda mais informações para cobrar punição para os responsáveis pela morte do professor, já que se trata de um crime hediondo - seqüestro, seguido de tortura e morte. Um ato público em protesto contra o assassinato do professor está marcado para sexta-feira na cidade, cujo prefeito, Adalberon de Moraes (PTB), passou a ser o principal suspeito do crime. Ele já se envolveu em vários delitos e seu filho, Adalberon Júnior, foi condenado por ter assassinado a namorada, Izabelle Gondin.

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