Professora recebe telefonemas de celular de homem morto

A hipótese de um inocente trote foi abalada por uma arrepiante descoberta: o dono do celular de onde partem as ligações está morto há pelo menos 3 anos

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Por Agencia Estado
Atualização:

A professora de educação física Kátia C. tem recebido ligações muito misteriosas. No fone, um silêncio sepulcral ou insinuações vagas. Seus amigos e familiares também começaram a receber os mesmos telefonemas. A hipótese de um inocente trote foi abalada por uma arrepiante descoberta: o dono do celular de onde partem as ligações está morto há pelo menos 3 anos. O primeiro telefonema ocorreu em setembro de 2004. Nesse dia, o apartamento de Kátia estava cheio - era aniversário de seu irmão. "Mesmo sendo uma ligação a cobrar, eu aceitei. Disse ´alô´, mas ninguém me respondeu. Só podia ouvir um barulho de ventania bem no fundo da chamada", disse. Ela fez pouco caso dessa ligação. Afinal, telefonemas com "mudinhos" do outro lado da linha são bem comuns. O problema foi que esses telefonemas tornaram-se diários. Em algumas madrugadas, o telefone tocava a cada cinco minutos. "Não conseguia dormir. Estava ficando louca." Kátia instalou um identificador de chamadas em seu telefone - e o número marcado foi o de um celular pré-pago, da Vivo. Com raiva, ela decidiu ligar de volta. Mas o celular está sempre na caixa postal. Só em duas ou três oportunidades, alguém chegou a atender à ligação (mas permaneceu em silêncio). Amigos e parentes Desde junho do ano passado, amigos próximos e familiares de Kátia também começaram a ser importunados. "É como se ele tivesse minha agenda ou acesso a minha conta de telefone", disse. Além disso, o homem do outro lado da linha decidiu falar. "Um dia você vai me conhecer..." e "Você quer me conhecer?" foram frases repetidas por uma voz forte e profunda. Kátia entrou em contato com a operadora do celular. A Vivo informou que não poderia fazer nada sobre o assunto porque as informações de seus usuários são sigilosas. Sentindo-se ameaçada, ela procurou uma delegacia de polícia e a delegacia da mulher. Mas, como não havia uma ameaça explícita nas ligações, nada pôde ser feito. Detetive Desesperada, ela apelou para um detetive particular. Usando meios "pouco convencionais", esse investigador descobriu que o dono da linha, de onde partiam as ligações, estava morto havia três anos. Mais do que isso: o seu primeiro nome era Edson - e ele teria morrido durante uma tentativa de resgate de uma presidiária. Com a ajuda do detetive, Kátia também conseguiu o suposto endereço de Edson. Ela se surpreendeu ao descobrir que o homem morava perto de sua casa, em um apartamento, em Itaquera, na zona leste. "Fui até o local e falei com o zelador e vizinhos. Ninguém nunca ouviu falar em Edson..." As ligações misteriosas continuam. Kátia não sabe mais no que acreditar. Será um mero desocupado? Um maníaco? Um admirador secreto? Ou.... Ela prefere não pensar nisso, mas talvez esteja recebendo ligações do além...

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