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Professores apóiam greve de estudantes da USP

Por Agencia Estado
Atualização:

Professores notáveis da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) levaram 1,2 mil alunos, nesta quarta-feira, a uma manifestação de apoio à greve dos estudantes da unidade. "Este ato é importante para sensibilizar a sociedade e para que sejam atendidas as reivindicações justas que estão sendo feitas", disse o crítico literário Antonio Cândido, que além de professor, estudou na FFLCH entre 1937 e 1941. Cândido, Otávio Ianni, Marilena Chauí e Francisco de Oliveira foram aplaudidos de pé durante todo o protesto. A greve dos estudantes da FFLCH começou no dia 2 de maio para protestar contra a falta de professores. Eles denunciaram salas super lotadas e disciplinas canceladas pela ausência de docentes. As reivindicações foram, desde o início, apoiadas pela direção da unidade e só há divergências quanto ao número de professores pedidos à reitoria da USP. Os alunos pedem a contratação de 259 docentes e a direção, 115. "Os números são só um símbolo, devemos nos preocupar sim com a formação universitária", disse ontem a filósofa Marilena Chauí, há 34 anos professora da FFLCH. Ontem também o vice-reitor da USP e presidente da Comissão de Claros Docentes, Hélio Nogueira da Cruz, negou mais um pedido de contração de professores feitos pela direção da FFLCH. Foram requisitados mais 19 docentes para este ano - o número faz parte do total de 115 pedidos para um período de três anos. Segundo Cruz, o documento que provaria a necessidade dos professores é contraditório já que pede mais profissionais para disciplinas que têm carga didática menor. A reitoria ofereceu até agora 26 professores e, s egundo ela, há 41 vagas de professores já concedidas e que ainda não foram preenchidas na FFLCH. No ato de ontem, realizado em um auditório próximo à reitoria da USP, os professores lembraram a história da unidade, fundada em 1934. Eles também mencionaram a quantidade de nomes ilustres do Brasil que se formaram na FFCLH. "A crítica à sociedade começou com a fundação da Faculdade de Filosofia", disse Cândido. Participaram do protesto, que foi organizado pela Associação dos Docentes da USP (Adusp), representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato dos Profissionais do Ensino do Estado de São Paulo (Apeoesp), além de apoio recebidos de outras unidades da universidade. Em meio à greve dos alunos, a FFLCH escolhe hoje a lista tríplice para eleger seu próximo diretor. Há dois candidatos até agora, Leonel Itaussu, do departamento de ciências políticas, e Sedi Hirano, da sociologia.

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