RIO - Após audiência com mediação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, professores das redes municipal e estadual do Rio seguem em greve, mas a paralisação pode acabar após assembleias da categoria previstas para a quinta-feira e a sexta-feira.
Na quinta, às 14h, os professores do Estado discutem os rumos da greve no Club Municipal, na Tijuca, zona norte do Rio. Na sexta, no mesmo local, mas às 13h, a rede do município define o futuro do movimento. Profissionais de ensino do Estado e do município estão em greve desde 8 de agosto.
Na audiência com Fux, que ocorreu em Brasília na terça, foi restabelecido o canal de diálogo com o governo do Estado e a Prefeitura do Rio. O Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino do Rio (Sepe) está dividido quanto à continuidade da paralisação. Após mais de dois meses e meio de greve, há expectativa de que os professores voltem às salas de aula, mas um grupo deverá defender que o movimento permaneça porque grande parte das reivindicações não foi atendida.
Os professores deixaram o Distrito Federal com a garantia de que não haverá corte de ponto ou inquéritos administrativos contra os grevistas e de que o Sepe não será multado - o Tribunal de Justiça do Rio julgou irregular a greve dos professores do município e prevê o pagamento de multa sobre cada dia de paralisação. Outro ponto caro ao Sepe, a discussão pedagógica, também terá encaminhamento por meio de um grupo de trabalho. Aí se debaterá questões como o "uma matrícula, uma escola", que estabelece que os professores não lecionem em mais de uma escola, a garantia de um terço de carga horária para a preparação das aulas e a redução do número de alunos por sala de aula.
"Diferentemente de outros sindicatos, a direção não diz ‘acabou a greve’. A gente vai apresentar tudo que foi discutido para a categoria e é ela que decide", afirma a coordenadora-geral do Sepe, Marta Moraes.
Pela manhã, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), reiterou considerar que o movimento grevista está se enfraquecendo naturalmente, mas disse esperar pelo fim da paralisação "pelas crianças". "É o quarto acordo que a Prefeitura do Rio assina. Os termos de ontem (terça-feira) constavam do primeiro acordo", afirmou o prefeito.