
18 de agosto de 2010 | 00h00
O desenvolvimento de ambos, porém, deixa claras opções distintas: o programa do PT foi de apresentação de sua candidata. Após uma biografia que pulou convenientemente sua participação na luta armada, ela foi apresentada por Lula, por gestores e por ela mesma. Mostrou-se - e foi mostrada - ao grande público como a candidata do presidente Lula. A preocupação central foi transmitir emoção, em contraponto ao racionalismo do rival.
José Serra optou por apresentar as realizações de suas gestões como ministro, prefeito e governador, com ênfase na saúde, mas sem deixar de registrar a autoria do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), porta de entrada em território mais identificado como do PT . Tentou mostrar-se como o melhor gestor da continuidade.
Deixa de somar na hora em que as pesquisas mais o desfavorecem, quando abre exagerado espaço para se afirmar como o melhor pós-Lula. O jingle que anuncia a saída de Lula da Silva para a chegada do Zé, acabou por fazer do presidente o personagem do horário político, pois está presente nos programas de dois candidatos como presidente incontestável.
Que diz ao eleitor que Dilma é melhor.
Marina Silva foi o programa mais fraco tecnicamente. Mais messiânica do que nunca - suas imagens diluvianas lembram a abertura dos programas evangélicos das madrugadas - sua mensagem é a do armagedon ambiental: o planeta está ameaçado pelo aquecimento global que, até 2014, pode inviabilizar a vida humana na Terra. A menos que ela, Marina, seja eleita, claro. Não concorre a presidente, mas a redentora.
É DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
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