Projeto de Kassab de aumento de IPTU prejudicará Alckmin, avalia cientista político

Prefeitura vai alterar a base de cálculo do IPTU e partir de 2008, o que aumentará o valor do tributo para a maioria dos proprietários

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Por Agencia Estado
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O projeto de lei 552/06, encaminhado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), à Câmara Municipal e que prevê aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) a partir de 2008, deve ser um novo fator de prejuízo à candidatura presidencial de Geraldo Alckmin, da Coligação PSDB-PFL, avalia o cientista político Cláudio Couto, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). "Não sabemos em que medida esse projeto, anunciado neste momento, pode atrapalhar Alckmin por conta de sua repercussão negativa junto à sociedade. É certo que não ajuda e, na atual fase da corrida presidencial, tudo o que não ajudar, atrapalha", avaliou o cientista à Agência Estado. A prefeitura vai alterar a base de cálculo do IPTU e partir de 2008, o que aumentará o valor do tributo para a maioria dos proprietários. O prefeito enviou proposta à Câmara para atualizar a Planta Genérica de Valores (PGV), que indica o preço do terreno e das construções para composição do valor venal, base do cálculo do IPTU, a partir de informações do mercado imobiliário. O objetivo é fazer esse valor chegar a 70% do preço comercial dos imóveis e garantir que a correção seja feita anualmente. Imóveis antigos, que geralmente têm valor venal desvalorizado, serão os mais afetados pelo projeto de lei 552/06. A cidade de São Paulo é, isoladamente, o maior colégio eleitoral do País, com 7,95 milhões de eleitores. No primeiro turno, 6,83 milhões compareceram às urnas e deram vitória ao tucano: 3,38 milhões de votos a Alckmin (53,87% dos votos válidos), contra 2,24 milhões para Lula (35,70%). Ao analisar a decisão política de Kassab de enviar o polêmico projeto em pleno segundo turno da campanha, Couto valeu-se de sarcasmo. "Ponto para o prefeito, que foi muito corajoso de não se intimidar com o momento eleitoral para enviar um projeto no qual ele acredita haver necessidade de ampliar o imposto municipal", declarou. "Kassab não foi demagogo e tem mérito por isso. Agora, evidentemente que, em termos eleitorais, o momento foi inadequado e pode prejudicar Alckmin exatamente onde ele se saiu bem no primeiro turno e que foi crucial para levá-lo ao segundo turno", enfatizou.

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