Projeto Pomar, exemplo de recuperação ambiental

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Por Agencia Estado
Atualização:

A preservação da biodiversidade sempre foi uma preocupação do Projeto Pomar - uma iniciativa do "Jornal da Tarde" em parceria com o governo do Estado e empresas privadas - que está trazendo o verde de volta às margens do Rio Pinheiros. Basta ver a quantidade de espécies nativas e exóticas plantadas nas margens do Pinheiros. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente estende agora essa preocupação a todas as áreas degradadas em recuperação no Estado, com a Resolução 21 publicada no mês passado no Diário Oficial. A resolução determina um novo modelo de reflorestamento para ser aplicado na recuperação de áreas degradadas. Pesquisa da Coordenadoria de Informações Técnicas, Documentação e Pesquisa Ambiental (Cinp) constatou que, na maior parte das áreas reflorestadas, são utilizadas menos de 30 espécies arbóreas. Além disso, dois terços delas têm ciclo de vida curto - entre 15 e 20 anos. Isso leva as áreas "recuperadas" ao declínio em pouco tempo. Critérios - A Resolução 21 muda os rumos dos reflorestamentos no Estado, estabelecendo critérios para a recuperação de áreas. Para projetos de recuperação de até 1 hectare, deverão ser plantadas 30 espécies diferentes, número que vai aumentando proporcionalmente em relação à quantidade de hectares plantados. Além disso, o documento dá prioridade ao plantio de espécies em extinção. Em um hectare, será preciso plantar 5% dessas mudas, com pelo menos cinco espécies distintas. A resolução prevê ainda a obrigatoriedade de manutenção. "O que acontece é que as áreas que deveriam estar em recuperação estão, na verdade, em declínio", diz Luiz Mauro Barbosa, coordenador da pesquisa. Enquanto o desmatamento de um único hectare retira da área no mínimo cem espécies, o plantio da recuperação de áreas degradadas vem plantando, na maioria das vezes, apenas 15 espécies. O uso de várias espécies no plantio e a manutenção do local que está sendo recuperado são técnicas bem conhecidas pelos coordenadores do Projeto Pomar. Barbosa sempre trabalhou com os técnicos do Pomar na seleção das espécies, dando prioridade justamente à biodiversidade. O Pomar é o primeiro modelo feito sob os moldes da nova resolução. "Percebemos que o plantio das áreas degradadas utilizava basicamente eucaliptos e pinus, o que empobrecia a biodiversidade. A resolução é para que tenhamos critérios mínimos a serem respeitados. No Projeto Pomar, isso já existe", diz o secretário do Meio Ambiente, Ricardo Trípoli. "Integramos plantas nativas e exóticas, o que cria essa biodiversidade e atrai fauna." Atibaia - Outro ponto da resolução é o uso de espécies nativas, também já feito pelo Projeto Pomar em algumas cidades. O maior exemplo é Atibaia, que vai recuperar as margens do Rio Atibaia e do Córrego Piqueri. No rio, o Pomar preservará a mata ciliar utilizando as espécies locais. A maior parte dessas mudas é proveniente de viveiros da cidade e região. O Pomar vem construindo um ecossistema equilibrado nas margens do Pinheiros. Basta passar por lá para constatar a grande quantidade de plantas, que atraem cada vez mais capivaras, quero-queros, bem-te-vis, insetos, borboletas e etc.

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