Projeto usa lixo para gerar eletricidade

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Por Agencia Estado
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O lixo vai virar energia com tecnologia anglo-brasileira nas capitais Fortaleza (CE) e Belo Horizonte (MG), a partir do final de 2004. Projeto desenvolvido pela consultoria Seatech, do ex-secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Limaverde, prevê investimentos totais das administrações de US$ 60 milhões para reaproveitar 100% do lixo diário coletado e gerar 20 MW em cada uma das duas cidades. A tecnologia para isso pertence a empresa inglesa CPL, que já desenvolve o mesmo projeto em outras grandes cidades na União Européia. No país, a consultoria em parceria com a empresa inglesa devem anunciar no início de fevereiro a construção de uma unidade para fabricar os equipamentos da usina de tratamento de lixo e transformação em energia. "Estamos fechando o negócio com um grande grupo que vai viabilizar a instalação da fábrica no Brasil", explicou Limaverde. Além de Fortaleza e Belo Horizonte, o projeto está sendo oferecido a outras cidades e já participa de licitação em Campo Grande (MT). Pelo projeto da consultoria, serão tratadas mil toneladas por dia em Belo Horizonte, com investimentos de US$ 20 milhões e duas mil toneladas em Fortaleza, com investimentos de US$ 40 milhões. O sistema prevê o recolhimento do lixo sem a reciclagem inicial feita hoje em algumas cidades. Todo o lixo coletado é depositado em silos com capacidade para 25 toneladas cada um, fechados e submetidos a uma injeção de vapor a 160 graus por 50 minutos. O sistema prevê a esterilização do material, que passa em seguida por uma peneira, onde é então separado em material orgânico (que será reaproveitado no abastecimento de caldeiras) e em material reciclável (que passa por uma nova seleção, desta vez manual). "O produto final que resta deste processo resulta em apenas 10% da quantidade inicial de lixo, enquanto em um processo de incineração, o detrito final fica em mais de 50% do inicial, além das emissões de gases tóxicos", diz Limaverde. Apenas como exemplo, Limaverde afirma que se o sistema fosse utilizado no Rio de Janeiro, que produz 12 mil toneladas diárias de lixo, poderiam ser gerados 200 MW, com investimentos de US$ 200 milhões. A energia seria suficiente para abastecer um município com 600 mil habitantes. "Além disso, o próprio projeto no Rio seria pago em 44 meses, porque o município deixaria de arcar com uma conta mensal de R$ 4,5 milhões (R$ 40 por tonelada), que são gastos apenas com a destinadora do lixo que é coletado hoje?, diz.

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