Promotor denuncia Rota por execução em Guarulhos

PMs e comerciante envolvidos em ação na Grande SP têm prisão pedida

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma ação típica de extermínio. Assim, o promotor Marcelo Alexandre Oliveira classificou a ação da policiais da viatura 91.304 da Rota. Ele denunciou nesta segunda-feira quatro policiais da equipe e um comerciante sob a acusação de homicídio duplamente qualificado - motivo torpe e sem dar chance de defesa às vitimas. Todos tiveram a prisão preventiva pedida pelo Ministério Público Estadual (MPE). Segundo a denúncia, o dono do Audi prestou falsa queixa de roubo do carro para que os PMs pudessem usar seu Audi-A4 e simular uma perseguição com tiroteio. Com isso queriam justificar a execução de dois suspeitos, às 21h30 de 13 de maio, em Guarulhos, na Grande São Paulo, durante os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). O promotor pediu a prisão do tenente Francisco Carlos Laroca Junior, do cabo Renato Aparecido Russo e dos soldados Alexandre de Lima Costa e Marco Antônio Pinheiro, além do comerciante Rui Rodrigues da Silva, dono do Audi A4. Ele quer ainda a quebra de sigilo telefônico de Silva para identificar o PM que lhe telefonou para pedir o carro emprestado. O crime que pode levar os policiais à prisão é a morte do camelô José Felix Ramalho, de 44 anos, e de Jefferson Morgado Brito, de 32 - ambos tinham ficha policial. Pela versão dos PMs, Brito e Ramalho dominaram o comerciante em Guarulhos e obrigaram-no a se deitar no banco traseiro. Os policiais da Rota contam que cruzaram com o Audi, mas os bandidos, em vez de fugir, deram um cavalo de pau e pararam de frente para a viatura. Saíram do Audi atirando com uma submetralhadora e uma pistola. Mas uma testemunha viu Ramalho ser detido pela Rota na Praça da República, no centro de São Paulo, às 19h30. Ramalho, que segundo os PMs dirigia o Audi, não sabia dirigir. Ele tinha um tiro à queima-roupa no queixo. As armas que os PMs dizem pertencer aos suspeitos foram examinadas pela perícia. O laudo constata que nenhuma delas havia sido usada recentemente. Além disso, uma outra testemunha viu dois homens saírem do Audi correndo, sem atirar. Portanto, se havia ladrões, eles não morreram.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.