Promotor tenta provar que assassino do shopping não é doente

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Por Agencia Estado
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Agora à tade, na terceira sessão do julgamento de Mateus da Costa Meira, de 29 anos, o assassino do shopping, o promotor Norton Rodrigues Geraldo Silva gastou duas horas de argumentação para lembrar aos jurados, usando laudos de psiquiatras, que o réu não é um doente, mas sim uma pessoa que sabia o que estava fazendo e que só tinha surtos psicóticos quando usava cocaína. A acusação também mostrou aos jurados provas que revelavam que Mateus começou a planejar o crime dia 3 de novembro de 1999, no Morumbi Shopping, em 30 de julho daquele ano logo após sofrer uma picada de agulha com sangue contaminado do HIV. "Não sei se ele se contaminou, ficou com raiva e começou a planejar o crime. Mateus nunca quis fazer o exame". Em outubro, um dia após ele sair da Clínica Parque Julieta, enviou mensagens à empresas de armas procurando granadas, metralhadoras, pistolas e munição. Para o promotor, Mateus estava lúcido, sem efeito de cocaína quando fez isso. Ele tinha acabado de fazer uma prova de pediatria e de ser aprovado. A defesa tenta, desde o início do julgamento, terça-feira, convencer os jurados do 1º Tribunal do Júri, que o acusado é semi-imputável (não tem total consciência do crime que cometeu). Na prática, isso significaria uma redução de pena. Para o Ministério Público, a defesa busca, na verdade, benefícios que podem tirar Mateus da cadeia antes de cumprir 30 anos de pena, o tempo máximo de permanência na prisão, permitido por lei. Mateus está sendo julgado por três homicídios, quatro tentativas de assassinato e por ter colocado em risco a vida de outras 15 pessoas. Então estudante do 6º ano de Medicina da Santa Casa, ele metralhou a platéia do cinema na noite de 3 de novembro de 1999. O julgamento de Mateus deve terminar hoje e a expectativa é de que seja sentenciado a uma pena longa.

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