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Promotores entregam denúncia contra membros do PCC

Por Agencia Estado
Atualização:

Tráfico de drogas, extorsões, seqüestros, homicídios, atentados a bomba e ameaças são algumas das acusações feitas pelo Ministério Público contra os chefes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), na denúncia entregue hoje ao juiz da 7.ª Vara Criminal da Capital. Com base nas 470 horas de escuta dos telefones dos principais líderes da facção e nas investigações da Polícia Civil e do Ministério Público, os promotores Roberto Porto e Marcio Sergio Christino indicaram 22 pessoas como responsáveis pelo funcionamento da facção criminosa. "A estrutura do grupo funciona em pirâmide, com os fundadores decretando quem deve viver ou morrer fora e dentro da cadeia", disse Porto. Em 17 páginas, os promotores falam do começo do grupo, em 1993. "Eles praticavam extorsões contra detentos e seus familiares, realizavam execuções e o traficavam drogas nas prisões." As ações passaram para fora das grades e os "fundadores" alcançaram uma posição de prestígio. Os novos adeptos da organização eram "batizados" e recebiam cópia do estatuto com as regras que deveriam obedecer. O PCC fortaleceu ainda mais sua posição com a megarrebelião no sistema carcerário, que atingiu 27 presídios e alcançou a atenção da mídia, disseram os promotores. "O grupo fazia questão de assinalar as ações praticadas em seu nome e montou uma sofisticada divisão de trabalho." Os promotores apontaram como líderes e fundadores do PCC César Augusto Roriz da Silva, o Cesinha, José Marcio Felício, o Geleião, e José Eduardo Moura da Silva, o Bandejão. Na escuta, a polícia identificou e localizou 50 residências que serviam de centrais telefônicas para a facção. Com celulares pré-pagos, os integrantes ligavam das prisões e determinavam os crimes. Ordem A denúncia analisa os atos de cada chefe do PCC. Cesinha é apontado como o principal líder. Ele mandou invadir uma delegacia de Sumaré, interior de São Paulo, onde dois policiais foram mortos. Deu ordem para matar Dionísio Aquino, que fugira de helicóptero da Penitenciária de Guarulhos, porque era de uma facção rival. Mandou colocar um carro-bomba no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, para matar juízes e promotores. Ainda planejou o ataque aos Fóruns de Guaianases, Osasco e São Vicente, onde morreu um estagiário de Direito. Foi também responsável pela tentativa de morte ao agente penitenciário Ronaldo Zedan, de Avaré. Cesinha deu as ordens da penitenciária de segurança máxima Bangu 1, no Rio. Bandejão determinou a morte de um preso no 20º DP, do Tucuruvi. Sandro Henrique da Silva Santos, o Gulu, do escalão secundário, foi quem mandou metralhar um ônibus que transportava agentes em São Vicente. Ele mandou libertar uma criança que estava seqüestrada no litoral, ao perceber que a polícia prenderia seus cúmplices. A denúncia aponta André Batista da Silva, o Andrezão, como tesoureiro do PCC; Adilson da Silva Braga, o Nego Diu, foi responsável pelo ataque ao DP de Sumaré e Reginaldo Almeida Danelluci, o Neguinho, é encarregado de contatos com organizações criminosas do Rio. Dirlei José de Brito atua como armeiro do PCC e Sílvio Gomes Ferreira, o Fantasma, coordena os assaltos. Marco Aurélio de Souza, o Marcão Psicopata, determinava a morte de detentos; Petronilha Felício, Petrô, movimenta as contas do PCC. Já os advogados Anselmo Neves Maia e Leyla Maria Alambert contribuíram para as atividades da facção criminosa.

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