Promotoria investiga saque de R$ 140 mil de conta de investigador

PUBLICIDADE

Foto do author Marcelo Godoy
Por Marcelo Godoy e
Atualização:

Os promotores do Grupo de Atuação Especial Regional de Combate ao Crime Organizado (Gaerco), de Guarulhos, estão investigando a retirada de R$ 140 mil de uma conta bancária do investigador Augusto Pena, pouco depois de sua prisão. A suspeita é de que a retirada foi feita para evitar o bloqueio do dinheiro. Preso no dia 30, o policial teve os bens seqüestrados pela Justiça, sob a suspeita de terem sido adquiridos como forma de lavar dinheiro de achaques a integrantes da cúpula da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). "Eu disse ao meu cliente que, se fosse possível, ele não deveria mexer no dinheiro, mas só ele pode saber as despesas que tem com o filho e mãe", afirmou o advogado Fábio Tofic Simantob, que defende Pena. O dinheiro do policial, pivô da demissão de Lauro Malheiros Neto do cargo de secretário-adjunto da Segurança Pública, foi parar na conta bancária de um outro advogado. "Pelo que eu sei, trata-se de um amigo do meu cliente", disse Simantob. O Gaerco soube da existência do dinheiro na conta de Pena quando foi feita a busca e apreensão em sua casa, em Moema, zona sul da capital. No local, os promotores encontraram um extrato bancário. "O Pena informou aos promotores que o dinheiro era proveniente da venda de um imóvel", afirmou Simantob. Segundo ele, essa conta corrente não havia sido bloqueada. Os promotores aguardam documentos sobre a transferência do dinheiro para tentar na Justiça o bloqueio. CPI DOS GRAMPOS Na tarde de ontem, os três integrantes do Gaerco de Guarulhos - José Mário Barbuto, Marcelo Alexandre de Oliveira e Sílvio Loubeh - foram ouvidos na CPI dos Grampos da Câmara dos Deputados. Os promotores contaram como funcionava o esquema de interceptação telefônica montado por Pena e pelo investigador José Roberto Araújo na Delegacia de Suzano. No caso de maior repercussão - e pelo qual foram indiciados -, os policiais são acusados de seqüestrar o estudante Rodrigo Olivatto de Morais, enteado de Marco Camacho, o Marcola, líder do PCC. O rapaz teria permanecido em cativeiro na delegacia por 48 horas. Ele só foi libertado depois que uma advogada da facção pagou R$ 300 mil de resgate. Pena e Araújo negaram os crimes em interrogatório na Corregedoria da Polícia Civil, na terça-feira.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.