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Promotoria pede prisão de Pimenta Neves ao TJ

A acusação alega que a concessão do benefício para Pimenta apelar em liberdade da sentença de 19 anos, 2 meses e 12 dias de prisão é ilegal

Por Agencia Estado
Atualização:

A promotoria de Justiça de Ibiúna e o assistente da acusação contratado pela família da jornalista Sandra Gomide, assassinada pelo ex-namorado e também jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, de 69 anos, em agosto de 2000, Sergei Cobra Arbex, ingressaram com mandados de segurança no Tribunal de Justiça, reclamando a prisão de Pimenta Neves. O jornalista foi condenado a 19 anos, 2 meses e 12 dias de prisão em regime fechado pelo assassinato de Sandra. Porém, o juiz concedeu-lhe o direito de aguardar os recursos da Justiça em liberdade. A acusação alega que a concessão do benefício de apelar em liberdade da sentença é ilegal. A acusação ingressou também, em Ibiúna, com apelação, que será apreciada pelo Tribunal de Justiça, visando o agravamento da condenação. O julgamento O julgamento de Pimenta Neves foi concluído na sexta-feira da semana passada, dia 5, após três dias. A acusação tentou provar que o crime foi premeditado e cometido friamente. Por sua vez, a defesa investiu na estratégia de mostrar um profissional reconhecido, porém abalado por crise emocional intensa. Por quatro anos, Pimenta tentou afastar o motivo torpe (vingança) da acusação e alega ter agido sob violenta emoção. Sandra foi morta com dois tiros, pelas costas, em agosto de 2000, no Haras Setti, em Ibiúna. O jornalista é acusado de homicídio duplamente qualificado - além do motivo torpe, usou recurso que impossibilitou a defesa da vítima (tiros pelas costas). Recursos Uma série de recursos foram ajuizados pela defesa do jornalista, representada pela advogada Ilana Muller, para tentar suspender o julgamento. A advogada insistia em pedir que fosse ouvida no processo a mulher do jornalista, Carole Pimenta Neves, que mora nos Estados Unidos. A intenção era provar com o depoimento de Carole que Pimenta Neves não é um homem violento e que só matou a ex-namorada movido por forte emoção, o que descaracterizaria a qualificação de crime por motivo torpe. Em primeira instância, os pedidos de oitiva foram negados. A defesa do jornalista apelou da sentença de pronúncia ao Tribunal de Justiça de São Paulo. A segunda instância negou o recurso. Veio, assim, o pedido da defesa para que o Recurso Especial chegasse ao Superior Tribunal de Justiça e para que o Recurso Extraordinário fosse submetido ao Supremo Tribunal Federal. O TJ não admitiu nenhum dos pedidos. Contra essa decisão, a defesa entrou com Agravo de Instrumento no Superior Tribunal e no Supremo. Como o agravo não suspende o andamento da ação, o processo principal foi encaminhado para o fórum de Ibiúna, que marcou a data do Júri. Foi aí que a defesa do jornalista ingressou com Medida Cautelar no STJ. O ministro Quaglia Barbosa, no dia 15 de março, deferiu o pedido, e suspendeu o Júri até que tomasse nova decisão. No mesmo dia, Barbosa julgou um Agravo e não afastou da acusação o motivo torpe (por ciúme) para o assassinato de Sandra Gomide. No mês de abril, O ministro Hélio Quaglia Barbosa, do Superior Tribunal de Justiça, revogou a liminar que suspendia o Júri do jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves. O ministro acolheu um agravo apresentado pela acusação. Depois, um pedido de Habeas Corpus no Supremo e um Agravo Regimental em Agravo de Instrumento no STJ, julgados na véspera da data do julgamento de Pimenta Neves, confirmaram o júri. O caso 20 de agosto de 2000 - A jornalista Sandra Gomide, de 32 anos, é assassinada, por volta das 14 horas, no Haras Setti, em Ibiúna (SP), com um tiro nas costas e outro na cabeça. 22 de agosto de 2000 - Pimenta Neves é internado após tentativa de suicídio 24 de agosto de 2000 - Pimenta Neves é preso preventivamente e indiciado por homicídio doloso (teve a intenção de matar). No dia seguinte, ele confessa o crime e alega que foi motivado por uma traição. 4 de setembro de 2000 - Pimenta Neves é transferido da Clínica Parque Julieta, na zona sul, para uma cela do 77.º Distrito Policial, em Santa Cecília. A polícia montou um forte esquema de segurança para remover o jornalista da clínica psiquiátrica, onde passou dez dias, após tentativa de suicídio. Pelo menos 15 carros e 60 policiais civis participaram da operação. 23 de março de 2001 - O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concede liminar em habeas-corpus determinando a libertação do jornalista. No dia seguinte, Pimenta Neves deixa a carceragem do 13.º DP. 27 de janeiro de 2006 - Julgamento do jornalista é marcado para 3 de maio

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